O QUE RELEMBRAMOS HOJE?
Artista revolucionário, que morreu em 21 de abril de 2016, continua influenciando a música e a cultura, apesar de controvérsias que marcaram sua trajetória
Robson de Castro
21/04/2025 - segunda às 19h45
Hoje, 21 de abril de 2025, marca o nono aniversário da morte de Prince Rogers Nelson, o icônico cantor, compositor e multi-instrumentista conhecido simplesmente como Prince. Aos 57 anos, ele foi encontrado sem vida em sua casa, Paisley Park, em Minnesota, vítima de uma overdose acidental de fentanil. Nove anos após sua partida, o impacto de Prince na música, moda e cultura permanece inabalável, enquanto polêmicas de sua vida e carreira ainda geram debates. De “Purple Rain” a suas lutas por controle criativo, o legado do “Purple One” é tão vibrante quanto controverso.
Um gênio musical sem fronteiras
Prince, nascido em Minneapolis em 1958, redefiniu o que significava ser um artista pop. Com 39 álbuns de estúdio e mais de 100 milhões de discos vendidos, ele dominou os anos 1980 com hits como “Kiss”, “1999” e o aclamado “Purple Rain”, que também rendeu um Oscar pela trilha sonora. Sua habilidade como multi-instrumentista, tocando guitarra, bateria, teclado e baixo com maestria, o colocou entre os maiores talentos de sua geração. “Prince era um furacão criativo. Ele não apenas fazia música, ele era a música”, disse Lenny Kravitz em uma homenagem póstuma.
Além de sua inovação musical, misturando funk, rock, R&B e pop, Prince quebrou barreiras culturais. Sua androginia, figurinos extravagantes e letras que mesclavam sexualidade e espiritualidade desafiaram normas de gênero e abriram caminho para artistas como Janelle Monáe e The Weeknd. “Ele me ensinou que você pode ser quem você é, sem pedir permissão”, declarou Monáe em uma entrevista à Rolling Stone.
Polêmicas que marcaram sua trajetória
Apesar de seu brilho, Prince não esteve imune a controvérsias. Sua batalha pública com a Warner Bros nos anos 1990, quando escreveu “Slave” no rosto para protestar contra contratos que limitavam sua liberdade criativa, foi um marco. Ele chegou a abandonar seu nome, adotando um símbolo impronunciável, o que muitos consideraram uma jogada de marketing, mas outros viram como um ato de rebeldia genuína. “Prince lutou por algo maior: o controle da própria arte. Isso inspirou gerações”, afirmou o rapper Jay-Z.
Outra polêmica envolveu sua vida pessoal e saúde. Prince enfrentou dores crônicas após uma cirurgia no quadril, o que o levou ao uso de analgésicos. Sua morte por overdose de fentanil, um opioide sintético, chocou o mundo e reacendeu discussões sobre a crise de opioides nos Estados Unidos. Além disso, sua relação com a religião, especialmente após se tornar Testemunha de Jeová, gerou críticas por posições conservadoras, como comentários sobre sexualidade que contrastavam com sua imagem libertária.
Um legado que transcende gerações
Nove anos após sua morte, Prince continua sendo uma força cultural. Seus álbuns, como o recém-relançado “Sign O’ the Times” em edição deluxe, seguem atraindo novos fãs, enquanto sua música é sampleada por artistas contemporâneos. O estúdio Paisley Park, hoje um museu, recebe milhares de visitantes anualmente, celebrando sua vida e obra. “Prince nos mostrou que a arte pode ser ilimitada. Ele é eterno”, disse Beyoncé em um tributo.
Suas palavras também ecoam. Como ele mesmo dizia: “Apesar de tudo, ninguém pode ditar quem você é para os outros.” Essa mensagem de autenticidade ressoa em um mundo que ainda busca compreender a complexidade de um artista que foi, ao mesmo tempo, revolucionário, controverso e profundamente humano. Prince não apenas deixou um catálogo musical lendário, mas um convite para que todos criem, desafiem e sejam livres.
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