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Incidentes com águas-vivas aumentam no verão. Dermatologista de Santos orienta sobre queimaduras

A profissional explica que, geralmente, as lesões podem ser tratadas pelas próprias vítimas

Da Prefeitura de Santos

30/12/2022 - sexta às 15h02

Apesar de no Brasil não haver espécies que liberem venenos fatais, ainda é preciso ficar atento ao contato com esses animais, que podem liberar toxinas mesmo após estarem mortos - Foto: Freepik/wirestock

O contato com as águas-vivas é perigoso e, com a chegada do verão, o risco de encontrá-las é ainda maior. Para tornar a ida à praia mais segura em 2023, a dermatologista Cynthia Mota, que atua pela Prefeitura de Santos, explica como proceder no caso de envenenamento por toque acidental nesses animais, que gera na pele humana ferida semelhante a uma queimadura.

"O que a gente costuma chamar de queimadura por água-viva na verdade é uma reação em consequência da liberação de toxinas pelos tentáculos desse animal", explica a dermatologista. Ela diz que a confusão ocorre em razão dos sintomas do ferimento, que são semelhantes aos de uma queimadura: ardor, queimação, pinicação, vermelhidão e inchaço.

A profissional explica que, geralmente, as lesões podem ser tratadas pelas próprias vítimas, com exceção dos casos mais graves, que demandam cuidados médicos. O primeiro passo é retirar os tentáculos que podem ter ficado presos à pele, pois estes continuam liberando toxinas. Ela frisa que a retirada nunca deve ser com as mãos, pois a vítima corre o risco de ferir, também, os dedos. O correto é utilizar luvas e uma pinça, chave, cartão, palito de sorvete ou qualquer outro material à disposição.

Para amenizar a dor, o paciente deve lavar o ferimento com água do mar, sem esfregar. E, quando tiver acesso, deve fazer compressas no local, de no mínimo 30 segundos, com vinagre, pois o ácido acético tem a capacidade de neutralizar o veneno.

"A primeira reação do paciente, geralmente, é jogar água filtrada, e isso é exatamente o que não se deve fazer, assim como não se pode jogar água doce, passar álcool ou urinar sobre o ferimento, como dizem algumas lendas por aí. São condutas que só pioram a situação", alerta a dermatologista.

CASOS GRAVES
Apesar de no Brasil não haver espécies que liberem venenos fatais, ainda é preciso ficar atento ao contato com esses animais, que podem liberar toxinas mesmo após estarem mortos. "Na maioria das vezes, o ferimento será local. Porém, existem algumas pessoas que podem ter alergia a essa toxina, ou seja, têm mais sensibilidade a esse veneno, e podem desenvolver sintomas mais preocupantes", afirma Cynthia.

Entre os sintomas considerados graves, indicativos de que o paciente deve se dirigir imediatamente a um hospital, a dermatologista cita o inchaço no rosto ou no lábio, dificuldade de respirar, dor no peito, dor de barriga, vômitos e náuseas, que podem ser sinais de uma reação anafilática.

"Mas, seguindo os passos que falei, o paciente mesmo consegue se tratar. Depois, os cuidados com a pele serão mais estéticos. É recomendado que se passe protetor solar a cada duas horas e que, caso tenha ficado algum tipo de mancha mais intensa, a pessoas procure um dermatologista para acompanhamento a longo prazo", finaliza a profissional.

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