Fandango Caiçara Paulista é tema de livro que será lançado em fevereiro

Já ouviu falar sobre o Fandango Caiçara? Pois bem, esse ritmo que faz parte da cultura brasileira há séculos é tema do Livro “O Fandango Caiçara Paulista – Apontamentos de Viagem”, que será lançado em fevereiro pela editora Diálogo Freiriano e produzido pela Cataia Cultural. A obra foi escrita pelo artista multimídia Rodrigo Fonseca, e coautoria de Fabricio Borges, Thífani Postali, Rodrigo Cabrerisso e Felipe Gomide, traz a luz a história dessa importante expressão musical-coreográfica-poética e festiva, que foi tombado como patrimônio imaterial pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O livro começa explicando desde a origem do fandango, sua vinda de Portugal e da Espanha para o Brasil trazido pelos colonizadores, até chegar à sua formação, genuinamente brasileira, construída pelos caiçaras do litoral de São Paulo.

O projeto teve início 2023, porém, foi somente no ano seguinte que os autores do livro saíram em uma série de viagens de pesquisa, visitando a casa dos fandangueiros com equipamento de filmagem para registrar em áudio e vídeo, percorrendo todo o litoral do Estado de São Paulo, de Ubatuba à região do Ariri, para conhecer essas histórias, descobrir novos detalhes e produzir uma obra bastante rica. O livro foi financiado com recursos do edital do ProAc 2023, da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

“Há muito tempo eu queria desenvolver um trabalho sobre o fandango, escrever um livro ou produzir um documentário. Então, surgiu a ideia de fazer o livro. Foi um grande desafio, pois estávamos mais envolvidos com a parte musical e não tanto com a pesquisa científica em si. Iniciei o mestrado e, a partir daí, passei a me preparar para produzir este trabalho em conjunto com nossa equipe sob a orientação da Dra. Thífani Postali”, diz Fonseca.

O livro “O Fandango Caiçara Paulista – Apontamentos de Viagem” apresenta uma análise histórica sobre o fandango, estilo musical que recebeu influências dos povos africanos, dos povos originários das Américas e, evidentemente, também dos povos ibéricos. “Observamos que não há um ponto único de início, mas sim um desenvolvimento cultural contínuo. Podemos dizer que o fandango ao redor do mundo tem algo em comum com o hip-hop, pois não se limita à música: é uma forma de enxergar o mundo, um estilo musical, de dança e uma cultura de resistência”, afirma Borges.

O autor ainda completa explicando que elaborar este livro foi uma experiência muito interessante. “Espero que todos gostem, que apreciem a história e que ouçam as vozes dos mestres e mestras fandangueiros, verdadeiros heróis de uma resistência cultural. Ficamos surpresos com o número de jovens interessados em conhecer melhor o fandango, o que nos traz esperança de que essa cultura seja cada vez mais preservada. Este livro segue nessa direção: foi feito por viajantes, mas com todo o respeito aos povos caiçaras, e é sobretudo para eles que escrevemos”, finaliza Rodrigo Fonseca.