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Chico Anysio: o mestre do humor brasileiro que nasceu para fazer o país rir

Nascido em 12 de abril de 1931, Chico Anysio marcou gerações com mais de 200 personagens e uma trajetória que moldou o humor, a crítica social e o talento artístico na televisão brasileira

Robson de Castro

12/04/2025 - sábado às 18h16

Neste 12 de abril, o Brasil relembra o nascimento de um de seus maiores ícones do humor e da cultura popular: Chico Anysio, que nasceu em 1931, em Maranguape, no Ceará.

 

Ator, humorista, roteirista, escritor, compositor e pintor, Chico foi um verdadeiro artista multifacetado, com uma contribuição inestimável para a televisão e o entretenimento no país. Sua carreira, que atravessou décadas, consagrou-o como um dos maiores nomes do humor brasileiro, sendo responsável por criar um universo próprio de personagens que refletiam, com inteligência e ironia, os traços da sociedade.

 

Ao longo de sua vida, Chico Anysio deu vida a mais de 200 personagens, entre eles o professor Raimundo Nonato, o político Justo Veríssimo, o fanático Painho, o camelô Alberto Roberto, o comentarista Haroldo, e tantos outros tipos que se tornaram símbolos da crítica social bem-humorada. Esses personagens ganharam fama principalmente em programas como Chico City, Chico Anysio Show e Escolinha do Professor Raimundo, marcando a memória afetiva de milhões de brasileiros.

 

Seu talento não se limitava à atuação. Chico também foi roteirista e colaborou para a formação de novos talentos. Foi responsável por abrir portas para comediantes como Tom Cavalcante, Lúcio Mauro, Cláudia Rodrigues, entre outros nomes que ganharam destaque na televisão.

 

Diversas personalidades já homenagearam o legado do artista. O também humorista Jô Soares disse uma vez que “Chico era uma escola completa de humor, com profundidade, observação e generosidade”. Já Renato Aragão, companheiro de longa data e conterrâneo cearense, afirmou: “O humor do Brasil deve muito ao Chico. Ele ensinou todos nós a rir de nós mesmos, com inteligência.”

 

Chico também teve uma veia crítica afiada. Muitos de seus personagens satirizavam figuras da política, da religião, do cotidiano, sempre com um tom ácido, mas humano. Por meio do riso, provocava reflexão. A capacidade de equilibrar humor e consciência social tornou sua obra atemporal.

 

Além do humor, Chico Anysio se aventurou como escritor, com romances e crônicas, e também como artista plástico, com quadros expostos no Brasil e no exterior. Foi ainda compositor e chegou a escrever letras de música gravadas por artistas renomados.

 

Chico faleceu em 2012, aos 80 anos, deixando um legado imenso para a cultura nacional. Sua obra permanece viva, sendo revisitada constantemente por novas gerações, que descobrem nele um cronista do Brasil com um humor refinado, profundo e, acima de tudo, humano.

 

Mais do que um comediante, Chico Anysio foi um pensador disfarçado de palhaço – e talvez por isso tenha sido tão amado. Seu riso, mesmo hoje, ainda ecoa nas telas, nos livros, nos palcos e na memória de um país que nunca o esquecerá.

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