MP pede cassação do mandato do vereador de Santos Marcelo Téo

Sinal vermelho
No final do ano passado, o Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do mandato do vereador de Santos Marcelo Téo (PP). A solicitação foi feita após uma investigação conjunta da promotoria local, do Núcleo de Inteligência e Gestão de Conhecimento e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A apuração identificou que a campanha do então candidato à Câmara teria recebido recursos de pessoas sem lastro financeiro. 

Pulga atrás da orelha
Conforme apurado pela coluna, um dos apoiadores do vereador, que tem um relacionamento com a sobrinha dele, fez uma doação de R$ 7 mil, mesmo sem vínculo trabalhista desde 2022. O último emprego registrado dessa pessoa foi justamente na empresa que pertencia naquela ocasião a outro doador financeiro da campanha de Téo. Além disso, parte dos recursos veio de uma mulher que atua nesta mesma pessoa jurídica e é filha da esposa do vereador. 

Problemas com a Justiça
O integrante do PP é irmão de Moacir Levi Correia, conhecido como Bi da Baixada, apontado como responsável pela expansão da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para Santa Catarina. Preso em 2014 e solto em outubro de 2019, por determinação do então ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, Correia foi um dos alvos da Operação Caixa Forte, deflagrada em 2020 pela Polícia Federal. Essa investigação apontou que "há indícios da utilização de parentes e de agregados em esquemas de lavagem de dinheiro".

Origem financeira indeterminada
"A comunhão de esforços de pessoas da família para a campanha é até natural. No entanto, é possível vislumbrar o entrelaçamento destas relações de parentesco com o crime organizado, especialmente pela ligação de parentes próximos dos doadores com práticas ilícitas graves, como tráfico e lavagem de dinheiro, o que contamina os recursos empregados na campanha, trazendo um elevado grau de certeza quanto ao caráter ilícito da doação, cuja origem é indeterminada", destaca um dos trechos da ação na qual a coluna teve acesso. 

Consciência tranquila
Em nota assinada pelo assessor jurídico do parlamentar, Marcelo Cunha, o vereador "reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência, ressaltando que confia plenamente na Justiça para que os fatos sejam apurados com a devida isenção e dentro dos estritos limites do devido processo legal".

Cumprimento às leis
O advogado reiterou que o legislador "sempre conduziu a campanha dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação eleitoral e que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer ato que pudesse comprometer a lisura do processo eleitoral". Também foi citado que "eventuais suspeitas lançadas sobre a origem das doações já foram devidamente esclarecidas no âmbito judicial, oportunidade na qual foram espontaneamente apresentados comprovantes de rendimentos e declarações do imposto de renda dos doadores, comprovando-se a regularidade da campanha". 

Alternativa
Em audiência realizada ontem com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), o prefeito de Cubatão, Cesar Nascimento (PSD), sugeriu que o Sítio dos Areais, localizado na região do Polo Industrial da Cidade e próximo à Rodovia Cônego Domênico Rangoni, seja o local escolhido pela Autoridade Portuária de Santos (APS) para a instalação de um condomínio logístico, com um pátio regulador de caminhões de mais de 1 mil vagas.

Apelo
O chefe do Executivo expressou sua oposição à proposta da APS de construir um pátio de caminhões na Ilha do Tatu, área próxima ao Viaduto Mário Covas, devido ao impacto negativo que traria para cerca de 40 pessoas do entorno. “Estou vindo pessoalmente para apresentar esta proposta como prova de que não somos contra o desenvolvimento do Porto e da nossa região, mas Cubatão não pode sempre ficar com ônus deste progresso”, disse Nascimento, que estava acompanhado por uma comitiva de vereadores.

Tentativa frustrada
Alckmin se comprometeu em discutir o assunto com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos). O prefeito teria uma audiência com o titular da pasta ontem, mas essa agenda foi cancelada minutos antes dessa reunião. O representante da pasta foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para participar de uma reunião com o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) sobre o túnel Santos-Guarujá. 

Retorno ao Executivo
O vereador de São Vicente, Felipe Rominha (PP), aceitou o convite do prefeito Kayo Amado (Pode) e assumiu o comando da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Essa é a segunda passagem do parlamentar no primeiro escalão do Município. Durante a gestão de Pedro Gouvêa (2017-2020), ele esteve à frente da pasta de Comércio, Indústria e Negócios Portuários entre fevereiro de 2019 e março de 2020. 

Objetivos traçados
"Entre as metas, daremos continuidade, em parceria com as demais secretarias, às tratativas para a inclusão da Área Continental na Poligonal do Porto Organizado. Vamos estimular a atração de investimentos por meio de incentivos fiscais, focados em setores estratégicos. Também criaremos o Projeto Cidade Inteligente", explicou Rominha, que será substituído no Legislativo por Luiz Fernando Ferreira dos Santos, o Professor Nando, o primeiro suplente da sigla, ao conquistar 1.896 votos. 

Nova missão
Delegada regional de Turismo na Baixada Santista e no Vale do Ribeira nos anos de 2015 e 2016, Celina Linhares assumiu recentemente o cargo de secretária de Turismo de Ilha Comprida. Ela trará para essa função toda a experiência e vivência acumulada desde 2023 como assessora técnica da pasta estadual dessa área. 

Vasta experiência
Celina iniciou a carreira no poder público na segunda metade dos anos 1990, como assessora do ex-vereador de Santos Tomas Soderberg. Ela também trabalhou com o ex-parlamentar santista Antonio Carlos Banha Joaquim. Além disso, foi assessora de diretoria na Prodesan, fez parte da equipe da Ouvidoria Municipal e do ex-vice-prefeito Eustázio Alves Pereira Filho. De 2017 a 2022, fez parte do gabinete do então deputado federal Roberto de Lucena, atual secretário de Estado de Turismo e Viagens.