Deputados denunciam violência institucional da Polícia Militar ao MP-SP

Pedido de investigação
Os deputados estaduais Ediane Maria (PSOL), Eduardo Suplicy (PT) e Paula Nunes, integrante do mandato coletivo Bancada Feminista do PSOL, protocolaram uma representação no Ministério Público de São Paulo (MP-SP), na última terça-feira, para que seja investigado o "crime de violência institucional" da Polícia Militar (PM), em Santos, após a morte de Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, no último dia 5. O garoto veio a óbito após ser atingido por uma bala perdida, provavelmente disparada por um PM. 

Condutas inadequadas
Na avaliação dos parlamentares, os agentes da segurança pública adotaram condutas vexatórias na data do sepultamento da criança, como manter um grande número de viaturas e homens fortemente armados no São Bento, apontar fuzis para os moradores, interferir no cortejo do corpo da criança, que seguia do velório da Santa Casa até o Cemitério da Areia Branca, e manter viaturas dentro da necrópole durante o sepultamento. O caso será apurado pelos promotores de Justiça que integram o Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp). 

Possíveis caminhos
Os legisladores exigem uma série de informações para apurar possíveis abusos cometidos durante as operações, como a relação de todos os agentes e viaturas da PM, além de informações sobre os batalhões de origem e uso de câmeras corporais. Também foi requisitada a apuração das ordens de serviço ou atos administrativos que autorizaram a operação policial, incluindo a motivação para o uso de tropas especiais e armamento pesado, além da criação de um canal seguro de escuta para coletar relatos de vítimas ou testemunhas, com o objetivo de garantir a responsabilização dos envolvidos nos abusos.

Política equivocada
A deputada Ediane Maria, que acompanhou o funeral, em Santos, criticou a política da Secretaria de Estado da Segurança Pública, comandada por Guilherme Derrite (PL), e destacou que a dor das pessoas periféricas é sempre ignorada. "Foi muito duro perceber que havia uma presença invasiva e desnecessária da polícia em todos os espaços dedicados ao luto pela morte do menino Ryan, com agentes truculentos por toda parte fazendo abordagens violentas, fazendo com que a comunidade e a família revivessem todo o horror do dia da morte da criança", ressaltou a deputada.

Homenagem
Na tarde de ontem, o vereador de Santos Adilson Junior (PP) apresentou na Câmara o Projeto de Lei 293/2024, que propõe dar o nome de Ryan da Silva Andrade Santos à Rua Três, localizada na Vila Progresso. Trata-se de uma singela homenagem ao garoto que perdeu a vida precocemente por causa de uma bala perdida. 

Protesto estudantil
Um grupo de estudantes da Escola Estadual Antônio Ablas Filho, localizada no bairro da Aparecida, em Santos, realizaram, na manhã de ontem, uma manifestação para denunciar a falta de funcionários, cobrar a instalação de aparelhos de ar condicionado e protestar contra a implementação do novo Ensino Médio. A PM foi acionada e os integrantes da corporação usaram spray de pimenta para dispersar os alunos, que fizeram barricadas no ginásio do colégio. 

Solidariedade
As vereadoras Telma de Souza (PT) e Débora Camilo (PSOL) consideraram a atuação da PM truculenta e abusiva. Alguns jovens foram detidos e levados à Delegacia da Infância e da Juventude. Ambas estiveram na van da corporação que os levou até a unidade policial para garantir a segurança deles. 

Confiança plena
A deputada federal Tabata Amaral (PSB) recebeu ontem a visita da comerciante e vereadora eleita de Guarujá Andréia Feijó (PSB), que obteve 3.838 sufrágios e se tornou a mulher mais votada da história para o Legislativo da Pérola do Atlântico. "O nosso partido tem os melhores quadros, gente honesta, preparada e muitas mulheres. A Andréia é como eu: fala o que pensa, vai para cima e defende quem mais precisa", ressaltou a parlamentar.

Tabata de Guarujá
Andréia ficou muito honrada por conhecer pessoalmente a colega de partido e reiterou que se identifica profundamente com as pautas defendidas pela deputada. "Quero ser a Tabata de Guarujá", afirmou.  

Leitura obrigatória
Tabata também recebeu ontem a assistente social Julianna Laffront, que tentou uma vaga no Parlamento santista e ficou como quinta suplente do PSB, conquistando 939 votos. Julianna presenteou a legisladora com um exemplar de seu livro Vida nas Ruas, que traz uma análise sobre o debate político na Câmara de Santos em relação à população em situação de rua. 

Debate prejudicado
A TV Santa Cecília iria realizar, na noite de ontem, um debate entre os candidatos à Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil - Subseção Santos. No entanto, Raphael Meirelles, que tenta a reeleição, não compareceu. Diante da ausência dele, Marília Bonavides, líder da chapa 2, teve 26 minutos para apresentar as propostas do grupo e responder os questionamentos feitos pela jornalista Luciana Julião. 

Processo 100% digital
A eleição para a OAB São Paulo e das subseções de todo o Estado ocorrem amanhã, das 9 às 17 horas. Será a primeira vez que o pleito ocorrerá 100% online. Os eleitos terão um mandato de três anos: de 1º de janeiro de 2025 a 31 de dezembro de 2027. O voto é obrigatório para todos os inscritos na entidade que estejam em dia com o pagamento, sob pena de multa equivalente a 20% do valor da anuidade.