SAÚDE
Cerca de 20 milhões de brasileiros convivem com diabetes, e especialistas reforçam a importância da conscientização e prevenção para reduzir complicações da doença
Robson de Castro
07/11/2024 - quinta às 12h36
O Dia Mundial do Diabetes, comemorado em 14 de novembro, reforça a necessidade urgente de conscientização sobre uma das doenças mais prevalentes em todo o mundo. No Brasil, o número de pessoas diagnosticadas com diabetes atinge cerca de 20 milhões, sendo que a maioria dos casos corresponde ao tipo 2, que possui forte relação com fatores de estilo de vida. A Federação Internacional de Diabetes estima que, globalmente, um em cada dez adultos vive com a condição, trazendo à tona a importância de campanhas que promovam o diagnóstico precoce e o controle adequado da doença.
O diabetes, uma condição crônica que pode levar a complicações sérias como infarto, AVC, problemas renais e até amputações, também representa um dos principais desafios para a saúde pública. Dados recentes revelam que o impacto econômico da doença inclui altos custos com tratamento e perda de produtividade, afetando tanto os sistemas de saúde quanto as próprias pessoas acometidas. Este cenário reforça a relevância do Dia Mundial do Diabetes como um marco para incentivar a prevenção e informar a população sobre formas eficazes de se proteger contra a condição.
A Dra. Giovana Corralo, médica endocrinologista, ressalta que "os principais fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2 são a obesidade, o sobrepeso e o sedentarismo, além da predisposição genética." Segundo a especialista, a prática de atividade física regular e uma alimentação saudável, rica em fibras, são essenciais para reduzir as chances de desenvolver a doença. “A prevenção é sempre o melhor caminho, e, para isso, é importante manter o peso adequado e adotar hábitos de vida saudáveis desde cedo”, afirma.
Para aqueles que já convivem com o diabetes, o controle rigoroso é fundamental para evitar complicações. A Dra. Giovana explica que "manter-se dentro das metas de tratamento e garantir que a glicemia esteja nos níveis adequados são medidas que reduzem os riscos ao longo do tempo." Ela recomenda ainda a prática de exercícios físicos, uma dieta equilibrada e o uso das medicações prescritas para cada caso. Estudos mostram que perdas de peso em torno de 5% já podem promover uma melhora significativa nos níveis glicêmicos.
Além da prevenção, o Dia Mundial do Diabetes também busca educar a população sobre os riscos e sinais de alerta, especialmente no caso do diabetes tipo 1, que é menos comum e amplamente desconhecido. "O diabetes tipo 1 é uma condição autoimune que afeta principalmente crianças e jovens, causando sintomas como sede excessiva, aumento da frequência urinária e perda de peso", explica a endocrinologista. Ela destaca a importância de pais e responsáveis estarem atentos a esses sinais para buscar o diagnóstico precoce e evitar complicações.
A alimentação tem um papel crucial tanto na prevenção quanto no controle do diabetes. A Dra. Giovana observa que o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e ricos em açúcar, aliado à redução da atividade física, tem contribuído para o crescimento dos casos de diabetes. "É recomendável optar por alimentos mais saudáveis, como verduras, legumes, frutas e fibras, além de reduzir o consumo de carboidratos e açúcares para um impacto positivo no controle da doença," orienta.
A endocrinologista reforça que a mudança no estilo de vida é essencial para quem convive com diabetes. "Estamos falando de uma condição que pode ser gerida de forma eficaz com os cuidados certos, mas que exige comprometimento contínuo." Ela acredita que o Dia Mundial do Diabetes é uma oportunidade importante para informar a sociedade e promover o apoio necessário para as pessoas que vivem com a condição.
O avanço da doença na população brasileira demanda políticas públicas que incentivem o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento adequado. A Dra. Giovana enfatiza que campanhas de conscientização, como as realizadas no Dia Mundial do Diabetes, são fundamentais para reduzir o impacto da condição. “Quando bem controlado, o diabetes não impede uma vida saudável e ativa. Mas é necessário que as pessoas compreendam os riscos e saibam como se prevenir”, conclui a endocrinologista.
Sobre Giovana Corralo
A Dra. Giovana Corralo é médica endocrinologista com especialização em endocrinologia e metabologia, com título concedido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Sua atuação envolve tanto a saúde hormonal quanto a prevenção de doenças relacionadas ao estilo de vida.
Formada em Medicina pelo Centro Universitário Lusíada, completou sua residência em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Jundiaí e especializou-se em Endocrinologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Em busca de ampliação de seu conhecimento, concluiu também uma pós-graduação em Medicina do Estilo de Vida e Coaching em Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.
Em 2023, obteve certificação em Medicina do Estilo de Vida pelo International Board of Lifestyle Medicine (IBLM). Essa qualificação a habilita a integrar o tratamento clínico com práticas voltadas para a adoção de hábitos saudáveis por seus pacientes.
Além de sua prática médica, ela é professora de Endocrinologia na Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada. Como docente, transmite seu conhecimento para alunos de Medicina, incentivando uma abordagem que priorize a saúde integral.
A Dra. Giovana une estratégias preventivas e terapêuticas para promover melhorias na saúde e qualidade de vida dos pacientes, com base na Medicina do Estilo de Vida.
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