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SAÚDE

Câncer de Pênis provocado pelo HPV, além do câncer de próstata, também merece atenção alerta médico

Os principais fatores de risco são infecção pelo HPV (vírus transmitido pelo ato sexual), bem como questões referentes à higiene do pênis, circuncisão e tabagismo.

Robson de Castro

10/11/2024 - domingo às 18h00

A taxa de infecção pelo HPV (papiloma vírus humano) na região genital atinge 54,4% das mulheres e 41,6% dos homens. Os resultados são da pesquisa nacional sobre o tema, encomendada pelo Ministério da Saúde e feita por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). O cenário reforça a importância da vacinação contra o HPV, política pública em que a pasta vem redobrando investimentos desde o início da atual gestão.

 

Mais de 90% dos casos de câncer de colo de útero são causados pela infecção pelo HPV. A vacinação contra o HPV pode levar o câncer de colo de útero a ser extinto do nosso meio.

 

Outros tipos de cânceres são também associados ao HPV, entre eles, câncer de pênis, câncer de vagina, de vulva, de canal anal, boca e orofaringe.

 

O mestre e Ph.D. em Oncologia, Dr. Wesley Pereira Andrade, adverte que o mês de conscientização para a prevenção do câncer de próstata também deveria abordar uma maior conscientização contra o HPV e também estimular a vacinação contra esse vírus. 

 

"Além das prevenções usuais como uso de preservativos, há uma vacina contra o Papilomavírus que previne os cânceres relacionados ao HPV. A vacinação, em geral, se inicia antes do início das atividades sexuais.

 

O novo protocolo do Ministério da Saúde que começou a vigorar em 2024 estabelece a vacinação em dose única (antes eram duas doses) para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.

 

A recomendação de dose única segue as novas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), com base em diversos estudos que observaram a importante proteção alcançada com apenas uma aplicação da vacina. Outros 37 países passaram a aplicar essa mesma conduta de imunização com dose única. A expectativa, com dose única para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, é aumentar o número de pessoas imunizadas contra o vírus.

 

Para as meninas, a idade da vacinação é a partir dos nove anos. Já para os meninos, a partir de 11 anos. Os efeitos mais satisfatórios vão até os 45 anos. Após os 45 anos a vacina também poderá ser realizada, entretanto, quanto mais idade o indivíduo tiver, menor eficácia tem esta vacinação", alertou o oncologista.

 

O médico destacou a saúde integral dos homens, que além das doenças oncológicas, podem ter naturalmente, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares como Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ou seja, nesse mês precisamos chamar a atenção para a saúde integral do homem. 

 

"Os homens precisam se cuidar mais. Só para termos uma ideia da diferença da expectativa de vida entre homens e mulheres, a de vida dos homens é de 73,1 anos, enquanto que a das mulheres é de 80,1 anos. Isto é, as mulheres vivem, em média, sete anos a mais que os homens", afirma o oncologista.

 

O câncer de pênis tem baixa prevalência na população masculina em geral, correspondendo a cerca de 2% de todos os casos de câncer que afetam os homens. "A doença tem uma das maiores incidências no mundo nas regiões norte e nordeste do Brasil devido a alguns hábitos comportamentais locais", adverte o médico que frisa, "muitos pacientes com câncer de pênis irão necessitar de amputação do pênis quando descoberto em fases avançadas, o que traz sérias consequências físicas, urinárias, sexuais e psicológicas ao homem".

 

Os principais fatores de risco são infecção pelo HPV (vírus transmitido pelo ato sexual), bem como questões referentes à higiene do pênis, circuncisão e tabagismo.

 

As medidas mais efetivas na prevenção do câncer de pênis são: vacinação contra o HPV, uso de preservativo, melhores práticas de higiene local e parada/suspensão do tabagismo.

 

Dr. Wesley Pereira Andrade

Ph.D.,em Oncologia, além de mastologista e cirurgião oncologista. Dr. Wesley Pereira Andrade é médico titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e médico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

CRM-SP 122593

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