Na sua Rua

Carlos Botelho tem seu nome em avenida de Pariquera-Açu

Em 1905, a cidade recebeu a visita do ilustre político paulista

30/09/2022 - sexta às 00h00
Nela encontramos a Praça da Matriz, e também a distribuição de vários comércios em sua extensão - Foto: Google Maps

Em Pariquera-Açu, uma das principais avenidas da cidade traz em seu nome Carlos Botelho, um político ilustre e que ocupou o cargo de secretário da agricultura. No Vale do Ribeira, sua chegada foi recebida com festejo nas cidades em que passou.
 
A via localizada no Centro possui cerca de 2km, a qual tem início na Estrada Jacupiranga e encerra na Rotatória 478.

Nela encontramos a Praça da Matriz, e também a distribuição de vários comércios em sua extensão.

Um pouco de história...

Em setembro de 1905, o Vale do Ribeira recebeu a visita do Dr. Carlos José de Arruda Botelho (1855-1947), então secretário da Agricultura e um dos políticos paulistas mais ilustres de seu tempo, que foi festivamente recebido em Iguape, Pariquera-Açu, Jacupiranga e Xiririca (Eldorado).

Para homenageá-lo a Câmara de Iguape realizou uma série de solenidades, que contou com a participação de muitas autoridades e pessoas importantes da cidade. O objetivo da visita do Dr. Carlos Botelho era percorrer o município (então composto por vários distritos, hoje emancipados, como Pariquera-Açu, Jacupiranga, Juquiá) e estudar os meios de desenvolver novas fontes de riquezas e maior povoamento do solo.

Para receber à altura o importante visitante, a Câmara autorizou o intendente municipal, major Joaquim José Rebello, a despender a quantia de um conto de réis, a título de propaganda agrícola, mandando ainda imprimir mil exemplares da brochura intitulada “A excursão oficial do sr. dr. Carlos Botelho, digníssimo secretário da Agricultura, à zona da Ribeira de Iguape”.

O Dr. Carlos Botelho veio de trem de São Paulo a Santos, e pegou a estrada da marinha em direção a Iguape, viagem que durou quatro dias. Chegou à Jureia no dia 16 de setembro, passou pelo porto de Una e pernoitou na Vila do Prelado com sua comitiva, que era composta pelos engenheiros Guimarães Carneiro, da Inspetoria de Estradas de Ferro e Navegação; Lourenço Granato, inspetor da Agricultura; Haraldo Egydio, fotógrafo do Instituto Agronômico de Campinas; e Jonas Novaes, engenheiro do 7º Distrito de Obras Públicas.

No dia seguinte, a comitiva dirigiu-se ao porto do Suamirim, onde tomou a embarcação que a conduziria à Barra do Ribeira. Note-se que o trajeto do Prelado ao Suamirim foi feito a pé. Na Barra do Ribeira, já esperava o vapor “Cândido Rodrigues”, tendo a bordo o chefe político de Iguape, coronel Jeremias Júnior.

No Porto Grande, compacta massa aguardava o desembarque do ilustre visitante. O Dr. Carlos Botelho e comitiva, acompanhado dos políticos iguapenses e do povo em geral, subiu o beco do Porto, entrou no Largo da Matriz, fez uma volta em frente à Matriz, encaminhando-se à rua 20 de Setembro (9 de Julho), e chegou à rua XV de Novembro. O secretário ficou hospedado num aposento do Paço, que foi especialmente mobiliado para ele.

Teve sessão solene da Câmara Municipal em sua homenagem, com a presença dos vereadores Jeremias Júnior, capitão José de Sant´Anna Ferreira, major Joaquim José Rebello, capitão Carlos de Souza Castro, major João Baptista Moutinho e capitão Manoel de Andrade e Silva. Entre os assistentes, destacavam-se, entre outras, as figuras do padre Domingos de Lemos, coadjutor da Paróquia de Iguape, tenente-coronel Antônio Jeremias Muniz, capitão Eurico Moutinho, capitão Júlio Fernandes de Aquino, capitão Luiz Gonzaga Muniz e o professor José Bueno da Veiga Júnior.

Depois, partiu para a ex-colônia de Pariquera-Açu, onde foi recepcionado pelas autoridades locais, entre os quais, Romeu Monti, Casimiro Lino Alves Vieira, Estanislau Cugler e Ângelo Simonetti. O Dr. Carlos Botelho pernoitou em Pariquera-Açu.

Na manhã seguinte, 19 de setembro, o Dr. Carlos Botelho seguiu para a Freguesia de Jacupiranga, onde foi recebido por grande massa popular e por autoridades, entre as quais, tenente João de Sant´Anna Ferreira, tenente Jorge de Lima e coronel Antônio Pinto de Magalhães Mesquita, o fundador da Freguesia.

Fonte: ROBERTO FORTES, historiador e jornalista, é licenciado em Letras e sócio do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.