Receita encontra quase 3 kg de metanfetamina escondidos em bagagem desacompanhada vinda de Nova York

Ação fez parte da Operação Outlet, que combate fraudes na remessa de encomendas vindas do exterior

Uma operação da Receita Federal que combate fraudes na remessa de encomendas vindas do exterior tem encontrado de tudo desde junho do ano passado, quando foi divulgada. Brinquedos, aparelhos eletrônicos, remédios, armas, munições e muitos outros tipos de mercadorias chegam escondidos em contêineres despachados como bagagem desacompanhada. Há também quem use esse esquema para enviar drogas. E nesta quarta-feira, dia 20, equipes da Alfândega de Santos apreenderam 2,7 kg de metanfetamina.

Não é um volume tão expressivo perto da quantidade de cocaína que a Receita Federal intercepta todos os meses no Porto de Santos. Só em 2022, por exemplo, já foram mais de 5,4 toneladas dessa droga retiradas do mercado. Mas a metanfetamina é bem valiosa. De acordo com o escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), esses 2,7 kg que a Alfândega apreendeu nesta quarta valem cerca de R$ 500 mil.

Segundo informações da Receita Federal, as equipes da Alfândega de Santos localizaram uma substância branca escondida em uma bagagem desacompanhada procedente do porto de Nova York, nos Estados Unidos. O narcoteste feito na hora sinalizou positivamente para metanfetamina. Esse material ficará sob a guarda da Polícia Federal, que irá formalizar sua apreensão e prosseguir com as investigações a partir das informações fornecidas pela Receita.

Operação Outlet
A ação desta quarta-feira faz parte da Operação Outlet, divulgada pela Receita Federal no dia 29 de junho de 2021. Naquela ocasião, foi revelado um grande esquema logístico de envio de encomendas do exterior ocultas em contêineres despachados como bagagem desacompanhada para o Porto de Santos. De lá para cá, centenas de compartimentos foram selecionados para conferência por meio de técnicas de gestão de riscos e análise em imagens de escâner. A operação resultou na apreensão de mais de R$ 11 milhões em mercadorias diversas.

O esquema detectado pelo órgão federal funciona da seguinte forma: pessoas físicas ou empresas no Brasil adquiriam mercadorias estrangeiras. Em seguida, requisitavam serviços de redirecionamento de produtos ou de compra assistida prestados por pessoas no exterior. Esses "assistentes" reuniam as compras de vários clientes e separavam tudo em caixas, que eram despachadas para o Brasil como se fosse a bagagem desacompanhada de um laranja.

Depois que a carga passava pela fiscalização aduaneira, um integrante da quadrilha no Brasil a recebia, separava as mercadorias e as enviava para os endereços dos reais compradores.

"Certifiquem-se de que estão utilizando o canal correto, onde destinatário e conteúdo são identificados. O transportador deve fornecer o documento de transporte em que constem essas informações", disse o delegado da Alfândega de Santos, Richard Neubarth, que aproveitou para fazer outro alerta. "Evitem empresas que prometem grandes vantagens como frete muito abaixo da média, a não fiscalização ou a não tributação".

Veja o vídeo (imagens: RFB)