Tumor silencioso: por que você deve fazer exame de colonoscopia?
Câncer colorretal, que está entre os mais comuns e de maior mortalidade do mundo, pode ser diagnosticado precocemente por meio do exame que é seguro e eficaz
16/03/2025 - domingo às 12h53O câncer colorretal eÌ um dos mais comuns e de maior mortalidade do mundo, mas ainda enfrenta barreiras na prevenção devido a tabus e desinformação. No Brasil, ele eÌ o segundo mais frequente entre homens e mulheres, com incidência de 9,2% e 9,7%, respectivamente. Em 2024, foi o tumor do sistema digestivo com maior mortalidade no país, somando 9.942 oÌbitos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A doença tem origem no intestino grosso e pode se desenvolver a partir de pólipos (lesões que crescem no interior do intestino) que, se não removidos a tempo, podem evoluir para tumores malignos. Cerca de 90% dos casos ocorrem em pessoas com mais de 45 anos, tornando essencial a realização da colonoscopia como exame preventivo.
A incideÌncia do caÌncer colorretal em jovens vem aumentando nas uÌltimas deÌcadas e o foco da campanha "Março Azul-Marinho" eÌ conscientizar adultos e idosos sobre a importaÌncia da prevençaÌo.
"A colonoscopia é essencial para detectar e remover precocemente pólipos com potencial de malignização, por isso, é tão importante realizar o exame. Entre 2023 e 2025, são estimados cerca de 45.630 novos casos no Brasil, com taxa de incidência de 21,1 diagnósticos a cada 100 mil habitantes", explica Marcelo Amade Camargo, coordenador da endoscopia digestiva e diretor clínico do Hospital e Maternidade São Luiz Campinas.
Fatores como histórico familiar, obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e uma dieta rica em carnes vermelhas e alimentos processados aumentam o risco de desenvolvimento da doença.
"O câncer colorretal pode ser silencioso, ou seja, não apresentar sintomas em sua fase inicial. Daí a importância do rastreamento preventivo mesmo na ausência de sinais aparentes", afirma Amade.
Colonoscopia: exame que salva vidas
A colonoscopia eÌ um exame fundamental para detectar e remover lesoÌes suspeitas, podendo tratar de forma minimamente invasiva e reduzir a mortalidade da doença.
Estudos indicam que um programa de rastreamento adequado chegou a reduzir em mais de 50% a mortalidade por câncer do intestino. Nos Estados Unidos, onde o rastreamento é mais disseminado, estima-se que entre 60% e 65% da população de meia-idade esteja em dia com seu rastreamento.
No Brasil, a adesão ao exame ainda é baixa, apesar de avanços na conscientização e no acesso ao procedimento. "Muitos ainda evitam a colonoscopia por medo ou falta de informação. Mas, é um exame seguro, geralmente bem tolerado e altamente eficaz. A preparação para o exame é cuidadosa, mas o benefício supera qualquer desconforto", reforça o especialista.
Deixar de realizar a colonoscopia pode levar ao avanço da doença, exigindo tratamentos mais agressivos e com menor chance de sucesso. "A recomendaçaÌo geral eÌ iniciar o rastreamento aos 45 anos. Mas para quem tem siÌndromes geneÌticas, doenças inflamatoÌrias intestinais ou familiares que tiveram câncer de intestino ou reto, o ideal eÌ começar antes", alerta o meÌdico.
A prevençaÌo tambeÌm passa pela adoção de haÌbitos saudaÌveis, como uma alimentaçaÌo equilibrada, rica em frutas e fibras, praÌtica regular de exerciÌcios e reduçaÌo do consumo de aÌlcool, cigarro e alimentos e bebidas açucaradas.
"Enfrentar o medo e superar os tabus em relaçaÌo aÌ colonoscopia pode salvar vidas. Quanto mais cedo a doença for detectada, maiores saÌo as chances de tratamento eficaz e cura", finaliza o meÌdico do SaÌo Luiz Campinas.
A unidade da Rede D'Or eÌ o maior hospital privado do interior paulista e conta com uma ampla estrutura de 47 mil metros quadrados, oferecendo um atendimento completo em sauÌde. Possui pronto-socorro adulto e pediaÌtrico, Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto, pediaÌtrica e neonatal, centro-ciruÌrgico e setor de endoscopia digestiva com equipamentos de ponta, além de atendimento em diversas especialidades meÌdicas, como gastroenterologia, proctologia e oncologia.