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Promotora de Justiça critica projeto de pátio de caminhões na Ilha do Tatu

Integrante do Gaema, Almachia Zwarg recebeu ontem o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e apontou os problemas na proposta defendida pela Autoridade Portuária 

04/02/2025 - terça às 03h06

Críticas de sobra
Integrante do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) - Núcleo Baixada Santista, a promotora de Justiça Almachia Zwarg recebeu ontem o presidente da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos da Câmara dos Deputados, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), e fez duras críticas ao projeto da Autoridade Portuária de Santos (APS), que prevê a instalação de um pátio de caminhões na Ilha do Tatu, em Cubatão, ao lado do viaduto Mario Covas.

Prejuízos à população
A representante do Ministério Público de São Paulo mencionou que o local indicado para a obra é uma área de preservação permanente (APP). Na avaliação dela, esse empreendimento acabará com a drenagem natural que existe naquela região do Município e afetará o trânsito da Cidade. "Existem outras alternativas locacionais para atender ao Porto de Santos", afirmou ela, lamentando que a APS tenha ignorado os pedidos de reuniões para  discutir esse tema. 

Compromisso
O deputado deixou claro que todos são favoráveis ao desenvolvimento econômico e ao progresso, mas não a qualquer custo. Segundo o tucano, é possível encontrar outras possibilidades para viabilizar esse projeto, preservando e respeitando o meio ambiente. "Vamos dialogar com a Autoridade Portuária e também com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que tem o domínio do terreno, para que a gente possa avançar com essa questão, preservando essa área tão nobre e importante para Cubatão e para a Baixada Santista", garantiu o deputado. 

Tirando o chapéu
Durante o encontro, Almachia fez questão de elogiar Barbosa por ter assinado dois importantes termos de ajustamento de conduta (TACs) no período em que ele esteve como prefeito. Esses acordos resultaram na instalação de uma estação de bombeamento na Zona Noroeste e em obras de drenagem nos morros. 

Apoio do Legislativo
Na semana passada, o Parlamento de Cubatão divulgou uma nota oficial para se posicionar contra a instalação do pátio de caminhões na Ilha do Tatu. No documento, a Câmara deixa claro que não é contra o progresso da Baixada Santista, "mas ressalta que toda e qualquer decisão metropolitana deva ser debatida exaustivamente com todos os setores da sociedade, incluindo os mais afetados pela medida, como preconiza o Estatuto das Cidades e a própria Constituição Federal".

Números positivos
Enquanto diversas empresas ligadas à União fecharam o ano de 2024 no vermelho, a Autoridade Portuária de Santos (APS) registrou um lucro líquido de R$ 844,6 milhões. Trata-se de um aumento de cerca de 30% em relação ao ano anterior (R$ 650,7 milhões). Os resultados foram divulgados ontem pela estatal.

Recorde histórico
Esse desempenho financeiro positivo da companhia, em 2024, está diretamente atrelado ao fato de o Porto de Santos ter registrado a maior movimentação de cargas da história: 179,8 milhões de toneladas. "Esse desempenho reforça nosso compromisso com a modernização e expansão do Porto, garantindo competitividade e eficiência para os próximos anos", destacou o diretor-presidente da APS, Anderson Pomini. 

Por unanimidade 
A Câmara de Itanhaém aprovou ontem, por unanimidade, a proposta de reforma administrativa que cria a chefia de gabinete do prefeito Tiago Cervantes (Republicanos), com status de secretaria, e mais três pastas: Cultura e Economia Criativa; Esportes e Lazer; e Urbanismo e Licenciamento.

Mais cargos
Os legisladores também deram o aval para uma proposta de legislação complementar que trata da criação de mais 77 cargos de livre provimento na Administração Municipal. Não houve nenhuma discussão em plenário sobre essas duas proposituras. 

Novo líder
Ex-presidente da Câmara de Itanhaém no biênio 2023-2024, o vereador Professor Fernando (PSD) foi o nome escolhido por Cervantes para liderar o Governo no Parlamento.

Atitude nobre
No dia 2 de fevereiro de 1981, o então prefeito de São Vicente, Koyu Iha, renunciou ao cargo. Eleito para um mandato de quatro anos, o político tomou essa atitude por discordar da decisão do Congresso Nacional que promulgou uma emenda à Constituição Federal que ampliou em dois anos os mandatos dos prefeitos e vereadores eleitos, ou seja, até 1982. Essa mesma atitude foi tomada pelo chefe do Executivo de Ubatuba, José Nélio de Carvalho.

Decisão acertada
As memórias daquele dia do ex-chefe do Executivo vieram à tona ontem, quando viu uma postagem sobre esse assunto na página do Facebook São Vicente de Outrora. Ele garantiu que não se arrependeu da decisão tomada naquela ocasião, pois agiu com coerência. "Lembrei de fragmentos da reunião no gabinete. As lembranças vêm à memória quando leio as reportagens da época. Jamais imaginei que seria lembrado e comentado após tantos anos", destacou Koyu, que foi eleito posteriormente deputado estadual e federal.