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Rogério Santos e Rosana Valle fazem debate quente na TV Santa Cecília

Candidatos à Prefeitura de Santos trocaram acusações sobre propagação de fake news

25/10/2024 - sexta às 03h15

Clima tenso
Os candidatos à Prefeitura de Santos que disputam o segundo turno neste domingo, o atual chefe do Executivo Rogério Santos (Republicanos) e a deputada federal Rosana Valle (PL), protagonizaram um debate quente na TV Santa Cecília. O clima de tensão era grande nesse evento realizado na noite de ontem: cinco minutos antes da transmissão entrar no ar, um silêncio absoluto dominava o estúdio da emissora, como em uma sala de aula momentos antes de o professor aplicar uma prova. 

Chumbo trocado
A partir do terceiro bloco, os concorrentes ao Executivo começaram a se questionar mutuamente. Em diversos momentos, ambos se acusaram de disseminar fake news e mentiras ao longo da campanha eleitoral. A parlamentar indagou o atual gestor sobre uma matéria divulgada, na última terça-feira, no site da Revista Veja. A publicação citou que a Administração Municipal seria suspeita de favorecer aliados com contratos de locação de imóveis com valores mais altos do que os praticados no mercado. Rogério negou as acusações. 

Acusações na imprensa
Na sequência, o prefeito mencionou uma reportagem da revista Isto É divulgada ontem e já veiculada em outros veículos, como a Jovem Pan. O material trata de uma apuração da Polícia Civil sobre um possível crime ambiental e a suposta influência de servidores em ações que beneficiariam empresas na Baixada Santista que atuam em um aterro de resíduos de construção civil. Em uma das conversas dos empresários interceptadas durante essa investigação, um deles afirmou o seguinte: "temos que eleger a Rosana, em Santos". A deputada federal reiterou que o adversário estava mentindo, pois não é investigada nesse caso e revelou que a Prefeitura mantém contrato com a empresa dessa pessoa citada.

Estratégias diferentes
Ao longo do debate, Rogério pediu para que a concorrente ao Executivo explicasse melhor as propostas e ideias sobre drenagem, mobilidade urbana e habitação, mas não obteve respostas. Em contrapartida, Rosana insistiu nas críticas relacionadas à ineficiência de gastos públicos, problemas nos serviços de saúde e promessas não cumpridas pelo atual gestor. "Fiquei conhecida como a deputada que resolve os problemas da região e vou resolver os problemas que existem em Santos", frisou. 

Surpresa
Ao responder uma indagação sobre o sistema de drenagem na Zona Noroeste, a integrante do PL revelou que havia conversado "outro dia" com o ex-prefeito e ex-deputado federal João Paulo Papa, que teria dito: "você é um ar puro na política e você tem grandes chances (de vencer as eleições)". Ao ouvir isso, o ex-chefe do Executivo se expressou em voz baixa, apontando para si e exclamando: "eu falei isso?". Em tom de brincadeira, um dos presentes no estúdio sugeriu que Papa pedisse direito de resposta ao mediador Irineu Alves.

Problema generalizado
Nas últimas horas, a coluna conversou com várias pessoas que estão envolvidas nas eleições de Guarujá neste ano. Sob anonimato, elas relataram que a compra de votos foi uma triste realidade verificada em diversos pontos da Cidade durante o primeiro turno, realizado no último dia 6. Um dos consultados ironizou a atuação do Ministério Público no pleito deste ano, afirmando que o órgão de fiscalização "só entrou com ação por causa de santinho no chão". Em função desse problema, 13 partidos políticos solicitaram ontem à Polícia Federal (PF) que intensificasse a fiscalização na Cidade no próximo domingo. 

Indícios inconsistentes
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) informou que não verificou, no primeiro turno da eleição, indícios inconsistentes de compra de votos na Pérola do Atlântico. Além disso, na última terça-feira, a pedido da Polícia Militar, foi realizada uma reunião com a participação da Guarda Civil Municipal e dos juízes eleitorais. Durante o encontro, houve a solicitação para a interdição de algumas vias próximas aos locais de votação para garantir a segurança do pleito. 

Democracia prejudicada
Candidato do PSOL à Prefeitura de Guarujá nas eleições deste ano e presidente da Associação Guarujá Viva (AguaViva), José Manoel Ferreira Gonçalves entende que as ações propostas para reforçar o policiamento no Município no próximo domingo poderão impactar negativamente o ambiente democrático e a liberdade de escolha dos eleitores.

Ressalvas
Em documento enviado ontem à PF, o representante da entidade reiterou que a segurança e a integridade do processo eleitoral são preocupações legítimas, mas que devem ser tratadas pelas autoridades de forma independente e sem interferência de grupos políticos. "Qualquer medida que envolva o reforço de segurança deve ser baseada em evidências claras e sólidas, resultantes de investigação de órgãos competentes e não pode ser justificada apenas por pressão de partidos ligados a um dos lados do pleito", justificou. 

Sem bola de cristal 
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) informou que a Justiça Eleitoral age mediante provocação e que ações por compra de votos podem ser apresentadas pelo Ministério Público Eleitoral, partidos políticos, coligações e federações. "Qualquer pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penal eleitoral também deve comunicar ao juiz eleitoral competente, que poderá encaminhá-la ao Ministério Público Eleitoral ou, quando necessário, à Polícia, para instauração de inquérito policial", justificou.

Punições previstas em lei
O órgão ressaltou que quem praticar esse tipo de delito pode ser preso em flagrante, conforme previsto no artigo 299 do Código Eleitoral. A pena é de reclusão de até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa (de R$ 235,30 a R$ 705,90). Além disso, o artigo 41-A, da Lei 9.504/1997, prevê a cassação do registro ou do diploma do candidato eleito, caso já tenha sido expedido.