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Questão partidária gera troca de farpas entre candidatos à Prefeitura de Santos

No ano passado, o atual chefe do Executivo municipal, Rogério Santos, trocou o PSDB pelo Republicanos, enquanto a deputada federal Rosana Valle migrou do PSB para o PL, em 2022

16/10/2024 - quarta às 01h15

Debate ideológico
Os candidatos à Prefeitura de Santos que disputam o segundo turno, Rogério Santos (Republicanos) e Rosana Valle (PL), aproveitaram o debate promovido pela TV Thathi Band Litoral, na noite da última segunda-feira, para relembrar o passado de cada um em outras siglas. O atual chefe do Executivo fazia parte do PSDB até o ano passado, enquanto a parlamentar iniciou a trajetória política no PSB.

Acordo com o PT?
Rosana acusou o gestor municipal de deixar o ninho tucano para confundir o eleitor santista e disse que o PSDB é uma sigla de esquerda. Ela o questionou se há algum acordo para o PT fazer parte do governo, caso seja reeleito. O prefeito rebateu afirmando que, ao contrário da adversária, não anunciou cargos para ninguém e que sua antiga agremiação nunca foi um partido de esquerda.

Inconsistências
"A senhora sim (foi de esquerda). Deu seta para esquerda e foi para a direita. Fez campanha para o Geraldo Alckmin (em 2018, quando concorreu à Presidência da República) e para o PSDB. Quando o Márcio França estava como governador, a senhora estava com ele. Fez campanha para mim como candidato do PSDB. A senhora abandonou o Márcio França, o PSB e o (ex-prefeito e deputado federal) Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que a senhora tanto o procurou", ressaltou. 

Como o vento
De acordo com Rogério, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou de ser mencionado nos debates e nas propagandas eleitorais da deputada. "Quando interessa, é de esquerda, é de direita, conforme o vento e a conveniência. Isso é ser oportunista", justificou. Rosana reiterou que conta com o apoio condicional do ex-chefe do Executivo federal e garantiu que ele virá a região em breve. 

Esquerdistas em cargos estratégicos
A integrante do PL ressaltou que o prefeito empregou e mantém em cargos comissionados militantes de esquerda, como Thiago Souza de Andrade, que concorreu à Administração Municipal pelo PCdoB, em 2020, e a vereador, em 2024. "O senhor tem um petista ferrenho na gestão das clínicas de Saúde Mental", disse a parlamentar, fazendo referência ao médico psiquiatra Roberto Tykanori, servidor municipal aposentado e ex-coordenador de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde.

Fechado com Rogério
A Executiva do PDT de Santos confirmou ontem que o partido caminhará ao lado do prefeito Rogério Santos (Republicanos) neste segundo turno. A sigla fez parte da coligação majoritária liderada por Telma de Souza (PT) e indicou o vice da chapa: o médico Marcio Aurélio Soares.

Apoio crítico
"Distante ainda dos princípios que regem nosso partido, de priorizar políticas públicas que privilegiem a população mais vulnerável, acreditamos que apoiar sua candidatura de forma crítica é imperioso para o combate a qualquer alternativa de extrema direita apadrinhada pelo ex-presidente Bolsonaro, conhecido por suas iniciativas autoritárias de desmantelar o Estado brasileiro, especialmente por sua negligência ao enfrentamento da covid-19 e o descaso com a Previdência Social", destacou a nota do PDT.

Novo aliado
Conforme antecipado pela coluna na semana passada, o empresário Marcelo Pepe (PSB) decidiu declarar apoio ao ex-prefeito de Guarujá Farid Madi (Pode) na disputa do segundo turno contra o vereador Raphael Vitiello (PP). O anúncio oficial ocorrerá hoje, às 9 horas, no escritório político do candidato ao Executivo da Pérola do Atlântico. 

Hora da virada
"Farid é o candidato que melhor representa o sentimento de mudança profunda que a Cidade deseja neste momento, que é a mesma proposta que defendemos no corpo a corpo com o eleitor nas ruas", destacou Pepe, que terminou em quarto lugar no pleito deste ano, conquistando 11.483 votos. 

Foco em 2026
Após obter 8.812 votos nas eleições para a Prefeitura de Itanhaém, o que representou 16,83% dos sufrágios válidos, o ex-chefe do Executivo e advogado João Carlos Forssell (PV) entende que o resultado das urnas comprovou que ele é uma figura querida na Cidade.  "A vida continua. Vamos contribuir de maneira positiva. Agora é hora de reorganizar tudo e nos preparar para 2026", afirmou.

Pedras no caminho
O experiente político admitiu que ficou frustrado por não ter vencido o pleito, após ter governado o Município de 2005 a 2012. A falta de recursos financeiro e o tempo curto de campanha, de apenas 45 dias, foram alguns dos obstáculos apontados por Forssell. "Apesar disso, foi um grande sucesso. Fiquei distante da política por um tempo e, mesmo assim, consegui esse apoio", ressaltou.