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Mudança na regra eleitoral retira uma  cadeira do Podemos na Câmara santista

Terceira vaga da sigla no Legislativo, que seria da psicóloga Claudia Alonso, ficou com o PP

08/10/2024 - terça às 01h15

Mudança na regra
O Podemos obteve o segundo melhor desempenho na disputa pela Câmara de Santos neste ano, ao obter 23.115 votos, conquistando duas cadeiras no Legislativo. Em contrapartida, o PP, com 22.552 sufrágios, conseguiu eleger três vereadores. Essa situação peculiar está relacionada a uma mudança na legislação eleitoral que está sendo aplicada pela primeira vez no pleito municipal.

Passo a passo
Para entender os resultados, é preciso explicar como é feito o cálculo para identificar os vencedores nas eleições proporcionais. O primeiro passo consiste em determinar o quociente eleitoral, que é a soma do número de votos válidos (sufrágios obtidos por um candidato ou legenda) dividida pelo número de vagas em disputa. Em seguida, calcula-se o quociente eleitoral, que é o resultado do número total de votos válidos da sigla dividido pelo quociente eleitoral.

Processo complexo
Após identificar o número de cadeiras a que cada partido tem direito, nem sempre todas as vagas são preenchidas. Por esse motivo, restam as chamadas sobras, que são calculadas a partir do cálculo da média de cada partido ou federação (quantidade de votos válidos obtida pela sigla dividida pelo quociente partidário mais um). A legenda que tiver o maior número fica com uma cadeira. Esse processo se repete até que todas as vagas sejam alocadas. 

Vítima do sistema
No entanto, para participar dessa repescagem, o partido ou federação precisa ter 80% do quociente eleitoral e um candidato com pelo menos 20% desse quociente. Por conta dessa segunda exigência, o Podemos deixou de eleger um vereador. O terceiro nome mais votado pela sigla, a psicóloga Cláudia Alonso obteve 1.838 votos, ficando aquém dos 20% do quociente eleitoral (2.164 sufrágios). Por essa razão, o PP herdou a vaga e o estreante Marcelo Téo ficou com a terceira cadeira da legenda ao conquistar 3.084 votos. 

Em busca da unidade
Terceira colocada na disputa pela Prefeitura de Santos no pleito deste ano, a vereadora e ex-chefe do Executivo Telma de Souza (PT) fará, nos próximos dias, uma reunião com os dirigentes dos partidos de sua coligação (PCdoB, PDT, PSOL, PT, PV e Rede) para definirem um posicionamento no segundo turno que será disputado por Rogério Santos (Republicanos) e Rosana Valle (PL). A petista defende a unidade do coletivo para que "as propostas e o ideário da sua representação política sejam considerados para qualquer decisão que vier a ser tomada".

Dia D
O presidente municipal do Avante, Denis Protázio, afirmou que o partido deverá tomar uma decisão ainda hoje sobre o posicionamento da sigla em relação à disputa do segundo turno. A agremiação lançou como candidato ao Executivo o empresário e comunicador Nando Pinheiro, que recebeu 1.565 votos.

Neutralidade
O candidato à Prefeitura de Guarujá pelo PSOL, José Manoel Ferreira Gonçalves, afirmou que o PSOL deverá se manter neutro na disputa pelo segundo turno das eleições municipais entre Farid Madi (Pode) e Raphael Vitiello (PP). No entanto, o partido deverá abrir diálogo com ambos.

Utopia
Ele garantiu que está sereno e tranquilo com o resultado obtido nas urnas: 0,47% dos votos válidos (779 sufrágios). "Fizemos uma campanha didática e realista, sem perdermos a necessária utopia, porque só o sonho e não as ilusões infundadas fazem o homem realizar os melhores objetivos coletivos, com justiça social, superando os imensos desafios que precisam ser enfrentados na reconstrução da cidade", justificou.

Princípios inegociáveis
Coronel Rogério, que disputou o Executivo da Pérola do Atlântico pelo PRTB, afirmou à coluna que não apoiará nenhum deles no segundo turno. "Como policial, com mais de 37 anos de história, meus princípios são inegociáveis, não havendo condição de apoiar nenhum dos grupos", ressaltou.