Por que uma super pesquisa com 5.000 eleitores?

Experimento realizado, em sequência de datas pela Badra, com uma pesquisa com 1.060 entrevistas e outra com 5.000, mostra que quando feita com técnica e método, resultados tendem a ser iguais

A resposta à pergunta é uma só: para confirmar que quando uma pesquisa é realizada com método, técnica e imparcialidade, realmente não é necessária uma amostra tão grande. E ponto!

O instituto Badra realizou na última semana essa super pesquisa para comparar o resultado com uma outra, que tinha acabado de realizar, também em Santos, com uma amostra de 1.060 eleitores. E os resultados literalmente bateram!

A primeira, com amostra menor, foi realizada entre os dias 23 e 26 de agosto. Exatos 1.060 eleitores foram ouvidos, nas três zonas eleitorais da cidade, e seguindo a proporção para gênero, faixa etária, renda, escolaridade e marco geográfico, ou seja, zona eleitoral de residência e votação. Tudo acompanhando a mesma proporção, em termos de quantidade, presente no eleitorado total, que é de 353.681 eleitores aptos a votar.

A segunda, a super pesquisa, com amostra de 5.000 eleitores, seguiu a mesma dinâmica, só que com o campo sendo realizado entre os dias 27 e 31 de agosto. Houve, também, é claro, uma ampliação dos pontos de fluxo em cada zona eleitoral, isto é, os entrevistadores percorreram mais ruas e bairros, de novo, sempre preservando a questão da proporcionalidade para que a amostra fosse representativa do universo (total do eleitorado).

Hora, então, de comparar os resultados entre as pesquisas, utilizando como exemplo o cenário de segundo turno. Na primeira, Rogério Santos alcançou 38,7% das intenções de voto contra 38,4% na segunda. Quase não houve diferença. Já Rosana Valle registrou na primeira 34,1% e, na segunda, 37,5%, uma diferença mínima e absolutamente dentro da margem de erro. Em termos de diferença entre os candidatos, na pesquisa com amostra menor (1.060 entrevistas) foi de 4,6%; na pesquisa com amostra maior (5.000 entrevistas) de mirrados 0,9%.

O mesmo comportamento se repete para o cenário estimulado de primeiro turno, para o de rejeição, para o espontâneo, ou seja, se realizada com método e técnica, uma amostra de 1.060 entrevistas é suficiente para oferecer assertividade e precisão no resultado.

Resultado por zona eleitoral
Uma coisa que pouca gente sabe é que, em geral, a margem de erro de uma pesquisa eleitoral vale para o resultado total da amostra e não para os segmentos, como bairros, distritos ou mesmo zonas eleitorais.

No caso, porém, de pesquisas como essa realizada pela Badra, em Santos, com amostra de 5.000 entrevistas e, nas zonas eleitorais individualmente superiores a 1.000 entrevistas, a margem de erro também pode e deve ser considerada para cada um desses estratos, emprestando confiança e assertividade também aos resultados por zona eleitoral. Isso, para as coordenações de comunicação e de política dos candidatos, é pra lá de relevante e estratégico, já que permite saber em qual regiões cada um dos candidatos está mais forte ou mais fraco.

A amostra maior, da super pesquisa, também tem um efeito bastante positivo nas perguntas abertas, espontâneas, aquelas onde o eleitor responde livremente, sem qualquer estímulo, em quem vai votar. Caso, por exemplo, da intenção de voto para vereador, eleição proporcional.

Apesar das pesquisas para o Legislativo não possuírem a mesma precisão nos resultados, uma amostra tão grande assim, de 5.000 entrevistas, empresta maior segurança no sentido de mostrar quem são os mais citados, portanto mais presentes na memória do eleitor, se constituindo em sinalização importante sobre quem vai bem ou não na disputa por uma cadeira na câmara de vereadores. 

Em geral, o candidato ao legislativo que alcança ao menos 1% da intenção de voto espontânea tende a ser muito bem votado e tem fortes chances de se eleger. Não dá para garantir porque o sistema eleitoral proporcional brasileiro nem sempre proporcional, no caso dos legislativos, a vitória dos mais votados, por mais incoerente que pareça.

Ser citado nas diferentes zonas eleitorais também é um sinal pra lá de significativo para quem almeja uma vaga na Câmara de Vereadores, uma vez que sinaliza de que o nome tem presença em variados pontos do território.

As pesquisas na Justiça Eleitoral
O primeiro levantamento do instituto Badra ouviu 1.060 eleitores em diferentes pontos de fluxo das três zonas eleitorais da cidade (118ª, 272ª e 273ª), entre os dias 23 e 26 de agosto. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral, sob o número SP 03648/2024.

A super pesquisa Badra está registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-09249/2024. Ela foi realizada entre os dias 27 e 31 de agosto e ouviu 5.000 eleitores em diferentes pontos de fluxo das três zonas eleitorais da cidade. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi realizada de forma autoral, com recursos próprios, e em parceria na divulgação com o portal BS9 e com a TV Thathi Band Litoral.