Crime ambiental: 4 são presos por descarte irregular de óleo de navios no litoral paulista
Segundo as investigações, a quadrilha montou um "laboratório" para despejar o material contaminado em galerias de águas pluviais
26/08/2024 - segunda às 11h12Policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) prenderam, na quarta-feira (21), uma mulher e três homens responsáveis por manter um “laboratório” clandestino usado no descarte de óleo de navios na região portuária de Santos, em São Vicente. De acordo com as investigações, o grupo é suspeito de ter contaminado um dos principais rios da Baixada Santista.
Durante a operação, foram apreendidos 14 caminhões com cerca de 400 mil litros de óleo. O “laboratório” clandestino utilizava canos e mangueiras conectados a partir do imóvel para despejar o material nas vias públicas, atingindo a galeria de águas pluviais nas proximidades do porto e de rios da região.
Ainda segundo a polícia, os suspeitos utilizavam equipamentos para separar a “água suja” do óleo dos navios. O bando foi multado em mais de R$ 62 mil. Além disso, a quadrilha é investigada por furto qualificado e desvio de recursos hídricos. De acordo com as informações, uma segunda empresa também é investigada por “contratar” o serviço dos criminosos para descartar ilegalmente o óleo de navios e reduzir os custos.
Após a identificação do crime, as equipes policiais cumpriram mandados de busca em dois endereços ligados aos suspeitos. Nos locais, foram encontrados os quatro envolvidos, responsáveis pela manutenção do esquema.
Durante a vistoria, foi identificado um cano no banheiro do galpão, ligado à rede de esgoto. Nos fundos do imóvel, outros tubos direcionavam o óleo à galeria pluvial, onde foram encontrados resíduos secos do material. Em outro cômodo, havia frascos de ensaio com mais vestígios de óleo. Órgãos de regulamentação e a perícia do Instituto de Criminalística (IC) foram acionados.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos. Os suspeitos foram encaminhados à delegacia e permanecem à disposição da Justiça. O caso foi registrado na 1ª DIG de Santos como poluição, produção de substância tóxica, furto, cumprimento de mandado de busca e apreensão e associação criminosa.