OLIMPÍADAS

Satisfeita, CBBd avalia como positiva a participação nos Jogos Olímpicos Paris-2024

A CBBd (Confederação Brasileira de Badminton) é a entidade responsável por administrar, dirigir, controlar, incentivar e difundir em todos os estados brasileiros a prática de badminton, parabadminton e airbadminton.

23/08/2024 - sexta às 10h00

Os Jogos Olímpicos Paris-2024 acabaram oficialmente no último domingo (11) com a cerimônia de encerramento realizada no Stade de France. O badminton do Brasil foi representado nesta edição do megaevento pelos atletas Ygor Coelho, no individual masculino, e Juliana Viana, no simples entre as mulheres. Ambos foram orientados por Marco Vasconcelos, técnico da Seleção Brasileira Adulta. José Roberto Santini Campos, presidente da Confederação Brasileira de Badminton (CBBd), avaliou de forma positiva a participação olímpica do país.

"A confederação está extremamente satisfeita com o desempenho dos atletas. Nós tivemos uma preparação muito boa na França e isso ajudou bastante na aclimatação. A CBBd está orgulhosa e parabenizo os dois atletas que participaram da competição, pelo desempenho, a comissão técnica, pelo incansável trabalho e a qualidade de competência do mesmo, e a toda a equipe da CBBd que está na retaguarda, nos bastidores, por trás disso tudo, para tornar esses resultados satisfatórios uma realidade", afirmou José Roberto.

O presidente da CBBd também comentou sobre a continuidade do trabalho. "Toda essa equipe é merecedora e vencedora. Compartilhamos com todos os resultados atingidos em Paris e isso nos dá uma confiança muito grande de que o trabalho está no caminho certo e que, em Los Angeles, podemos ter resultados ainda melhores", concluiu o mandatário da entidade máxima do badminton no Brasil.

Atletas analisam desempenho nos Jogos Olímpicos

Juliana Viana, com apenas 19 anos, disputou seu primeiro Jogos Olímpicos e conquistou vitória inédita para o badminton feminino do Brasil ao derrotar Lo Sin Yan Happy, de Hong Kong. A jovem jogadora, natural do Piauí, se diz contente com sua participação em Paris-2024. "Acho que me saí muito bem. Eu queria passar da fase de grupos, não foi possível, mas, por outro lado, só de estar lá, eu já estava muito realizada. Eu já tinha atingido meu objetivo, que era me classificar, então, fui com o intuito de aproveitar e fazer o meu melhor nos jogos", disse.

"Gostei do que apresentei, tanto no primeiro quanto no segundo jogo. Estou bem feliz com o que fiz, ainda mais por ter vencido um jogo na Olimpíada. Estou muito grata pela experiência que tive", concluiu Juliana. Além dela, o Brasil foi representado por Ygor Coelho. Ele participou de seu terceiro Jogos Olímpicos. Ele foi derrotado nos dois jogos que fez na Rio-2016, conquistou a primeira vitória do Brasil na modalidade em Tóquio-2020 e esteve em quadra mais uma vez em Paris-2024.

"Os Jogos Olímpicos de Paris foram lindos. Eu participei da abertura e foi bem especial. Sobre as partidas, eu avalio que joguei muito bem. Caí em uma chave difícil, com caras que ganharam torneios e chegaram longe em competições grandes. Eu sabia que seria mata-mata e entreguei tudo de mim. Saio satisfeito com o desempenho, mas insatisfeito porque queria ir um pouco mais além, mas o esporte é assim. Adorei minha terceira participação em Jogos Olímpicos e acredito que contribuí com a história do badminton brasileiro", destacou Ygor.

Brasileiros perto dos principais jogadores do mundo

Marco Vasconcelos, treinador da Seleção Brasileira Adulta, é português e está com 52 anos. Em sua carreira como atleta, ele disputou três edições dos Jogos Olímpicos. Ele representou Portugal em Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008. Amplo conhecedor da modalidade, o técnico acredita que os atletas brasileiros não estão tão distantes dos principais jogadores de badminton do mundo e acredita em bons resultados nos próximos anos.

"Os Jogos Olímpicos mostraram que os jogadores do Brasil não estão longe dos atletas dos países que são top no mundo, tanto no masculino como no feminino. E essa classificação da Juliana abre portas para que a gente possa sonhar longe nas próximas competições, em termos de ranking mundial e na Olimpíada de 2028", declarou Marco Vasconcelos. A atleta do Brasil em Paris-2024 alcançou a 16ª posição, colocação inédita para o Brasil. 

Dificuldades no ciclo

O Brasil teve pela frente um ciclo curto devido à pandemia e a seleção brasileira ainda precisou enfrentar outros problemas. "Nós tivemos dificuldades para entrar em vários países, tanto para fazer parcerias em termos de treinamento, quanto para jogar competições internacionais. Lembro-me de competições em alguns países do continente americano nos fecharam as portas e o Brasil saiu prejudicado em termos de pontuação e resultado", comentou o treinador.

"Eu diria que foi bastante difícil para nós, mas, como sempre digo, os obstáculos são para superarmos e seguirmos em frente", acrescentou Marco Vasconcelos, que destacou um fator importante do trabalho. "A gente está apostando em várias disciplinas para ter mais atletas brigando pela vaga olímpica. Portanto, renovar a seleção e dar oportunidade aos mais novos faz parte de um projeto de ligação da seleção júnior com a adulta", completou o técnico.

Participação marcante no Mundial

Dentro do ciclo para Paris-2024, o Brasil obteve resultados expressivos em alguns eventos. De acordo com Marco Vasconcelos, o Campeonato Mundial foi um dos torneios marcantes. "Uma das competições que marcou mais foi o Mundial, em que passamos uma rodada em várias disciplinas. Fomos tema de conversa durante a competição e existe uma expectativa de ver como irão desempenhar os atletas do Brasil no próximo Mundial", relatou.

Além do Mundial, Marco Vasconcelos também valorizou os resultados nas Américas. "Durante todos os dois anos e meio de ciclo, nós alcançamos medalhas nos Jogos Pan-Americanos, fomos campeões nos Jogos Sul-Americanos, dominamos a região Sul-Americana por completo, ou seja, por mais que tivéssemos dificuldades, conseguimos mostrar nosso potencial e trabalho. Temos que valorizar nosso trabalho e continuar traçando as metas em treinos e competições", finalizou o comandante da Seleção Brasileira Adulta.