Marivaldo Fernandes é nome de rua em Bertioga
Talentoso piloto santista foi homenageado na nossa região
16/02/2022 - quarta às 05h00Uma via da cidade de Bertioga traz em seu nome um personagem curioso da nossa região. A Rua Marivaldo Fernandes é pequena: apenas 500 metros, que abrigam quatro quadras, em uma área bastante residencial. Ainda assim conta conta com um restaurante, alguns comércios, a Escola Municipal José de Oliveira Santos, além da Primeira Igreja Bastista de Bertioga.
Quem é Marivaldo Fernandes
Nascido em Santos, no início dos anos 50, seu pai mudou para o Guarujá, onde comprou uma pequena empresa de ônibus, a Viação Guarujá.
Sua formação escolar foi no antigo Colégio Santista e quando jovem trabalhou com o pai, que também comerciava carros. Mas sua paixão por carros vem desde a infância, quando passeava com uma calota pela casa fingindo estar dirigindo.
Em 1958 participou de sua primeira prova ao lado do também santista Pedro Victor DeLamare: os 500 Km de Interlagos, mas não concluíram, porque o carro quebrou. Nos dois anos seguintes, Marivaldo conheceu a sua esposa, casou-se, e se tornou sócio do pai na Viação Guarujá, ficando afastado das pistas.
Período este em que sofreu de úlcera, e em uma cirurgia, teve reação a anestesia, sofrendo uma parada cardíaca por mais de 3 minutos, e ficando em coma por mais de um mês. Ter sobrevivido foi considerado um milagre.
Voltou às pistas em 1960 com um Simca, que era seu em parceria com Zoroastro Avon. A primeira vitória antes de iniciar sua carreira de sucesso veio em dupla, com Chico Landi nos 1500 Km de Interlagos, em 1964. Também correu de Kart pela equipe Mini, também com sucesso.
A partir daquele ano começou a correr na Fórmula Vê, com bons resultados nas provas que disputou. Ainda em 1967 votou a correr com as Alfas da Jolly-Gancia, conquistando o título brasileiro da temporada, quando recebeu o Prêmio Victor das mãos de Jackie Stewart. Neste período, se dedicou a investir em fazendas de laranja no interior paulista, além de administrar a Viação Guarujá.
Em 1970, participou das 12 Horas de Interlagos e perdeu o controle da sua Alfa P-33, batendo e partindo o carro em dois. Não sofreu lesões graves, mas pensou até em parar de correr após o acidente. No dia 18 de março de 1977, sofreu um acidente aéreo com o amigo José Carlos Pace na região de Mairiporã, que os levou ao mesmo tempo no deixando órfãos de dois dos maiores pilotos brasileiros.