Instituto Badra

Pesquisa revela que 37% das mães paulistas têm dificuldade de dizer não para seus filhos

E 52% das entrevistadas consideram insuficiente, por conta das tantas atividades e papéis que desenvolvem, o tempo que têm disponível para passar com eles

11/05/2024 - sábado às 15h00
Pesquisa comportamental avaliou a opinião das pessoas sobre temas sensíveis na atualidade - Instituto Badra

A tentativa de explicar, em números, a magia embutida no amor de mãe. Mera pretensão, ainda que com qualificada base metodológica. Amor de mãe, convenhamos, é algo que não se mede. Como diz a letra da música é “amor que não se pede, amor que não se mede, que não se repete”.

Mas será que não seria possível ao menos tentar entendê-lo? Foi com esse desafio que o Instituto Badra foi às ruas de 13 municípios paulistas, nos dias 8 e 9 de maio, para ouvir 2.403 mães, de diferentes idades, cor, escolaridade e renda, isto é, de variados perfis socioeconômicos.

A falta de segurança e a crescente onda de violência é o fenômeno social que mais preocupa as mães paulistas. Nada menos do que 1/4 delas, 24,1%, aponta a questão como aquela que causa maior preocupação em relação a seus filhos e filhas. Se somado ao consumo de drogas/vício, que aparece na terceira posição com 10,2% das menções, e que de certo modo guarda relação direta com segurança, é possível concluir que a área é motivo de angústia para quase 35% das mães.

Sinais dos tempos, a Educação, do ponto de vista da formação, é a segunda maior razão de preocupação, com 13,8%. Há duas ou três décadas, era essa, sem dúvida nenhuma, a área de maior atenção de mães e pais das famílias brasileiras.

Amor maior – O debate foi estimulado até por novela veiculada em horário nobre da televisão. Quem não se lembra das personagens de Regina Casé, dona Lurdes, e Adriana Esteves, a Thelma? Uma história onde a mãe adotiva tenta esconder da mãe biológica a verdadeira “origem” de um filho, no caso Domênico, papel vivido pelo ator Chay Suede.

Pois é, a Badra quis saber quem ama mais: a mãe biológica ou a mãe adotiva. Esmagadores 66% das entrevistadas disseram que ambas amam igual. Outras 25,3% apontaram a mãe biológica e 7,3% a mãe adotiva. Exatos 1,4% não souberam responder. A lógica era buscar identificar entre natureza e gesto, o que teria mais peso.

E vem da experiência, ou seja, daquelas mães com 60 anos ou mais, a parcela mais representativa da opinião de que amam igual. Nada menos do que 72,9% das entrevistadas, nessa faixa-etária, consideram que a dose de amor é a mesma. Já entre as mães mais jovens, de 16 a 24 anos, está o maior percentual das que acreditam que o amor de mãe biológica é maior: 23,6%.

Mercado de trabalho – Ainda que nas últimas décadas haja o registro de avanços em termos da igualdade e do respeito de gênero, o preconceito é uma realidade na vida de muitas mulheres que buscam conciliar a maternidade com a carreira profissional. E elas sentem isso na pele.

Instadas a responder sobre a existência de preconceito contra mães no mercado de trabalho, 73,4% delas disseram que sim. Muitas das entrevistadas, aliás, manifestaram emoção, ao tratarem do assunto.

E mulheres que trabalham fora têm, na verdade, o duro desafio de conciliar a vida profissional, o papel de mãe, de esposa e de dona de casa, quando não o de chefe de família, isto é, são responsáveis pela garantia do sustento.

Nessa equação onde esses quatro ou cinco papéis se sobrepõem, o de ser uma boa mãe é o que impõe o maior desafio para 61,5% delas. Na sequência, uma boa profissional, com 12,1% das intenções, seguida de ser uma boa esposa, com 9,5% das menções e, por fim, uma boa dona de casa, com 8,4%. Entre as entrevistadas, 8,5% não souberam opinar nessa questão.

O caderno completo, incluindo outras questões propostas e levantadas pelo Instituto Badra, está disponível no endereço eletrônico badracomunicacao.com.br.