Cineasta cubatense tem obra concorrendo a prêmio no Canal Futura
O projeto foi contemplado em 2022 no edital "Projeto Meu Olhar Filmes curtos feitos por jovens periféricos de São Paulo", uma iniciativa da SPcine, Co.Liga, FRM e da OEI, premiando 120 jovens para suas primeiras realizações no audiovisual
10/11/2023 - sexta às 09h27A obra 'Chico Voltou Só', um documentário de 5 minutos, está na programação do youtube do Canal Futura a partir desta quinta-feira (9). Trata-se de lançamento do destacado trabalho cinematográfico de um cubatense, o cineasta Douglas Gadelha. A obra conta a trajetória de um operário nordestino, Chico, que trabalhou na Refinaria de Cubatão, em plena ditadura militar, refletido por meio de imagens e vídeos de arquivos inéditos. O documentário é a estreia do artista no audiovisual como diretor e pesquisador do filme e já pode ser conferido em https://www.youtube.com/@CanalfuturaOrgBr ou diretamente em https://www.youtube.com/watch?v=eyckuFLYndw&list=PLNM2T4DNzmq4xHbfm77lbuKqW-DVQ_jpv&index=31 .
'Chico Voltou Só' concorre na votação popular para os melhores quatro curta-metragens do projeto "Meu Olhar", disputando na categoria documentário e representando Cubatão na cena do audiovisual do Estado de São Paulo. A votação está disponível a partir de hoje (9), se estendendo até 23h59 de 15 de novembro. Para votar, é preciso acessar o formulário do GoogleForms e assinalar o nome do documentário 'Chico Voltou Só' pelo link https://bit.ly/DocChicoVoltouSo ou pelo https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfdTXGcmt8ZMT0LjD56uGi2epEqbH_4rVms7rC2ug14GRuosg/viewform?pli=1&pli=1 .
O projeto foi contemplado em 2022 no edital "Projeto Meu Olhar – Filmes curtos feitos por jovens periféricos de São Paulo", uma iniciativa da SPcine, Co.Liga, FRM e da OEI, premiando 120 jovens para suas primeiras realizações no audiovisual. O filme foi montado por Leandro Olímpio, tem direção de fotografia assinada pelo fotógrafo santista, Rodrigo Samia, junto com a mixagem e desenho de som feito pelo Breno Demarchi, pesquisador e antropólogo santista.
Segundo Gadelha, há outros jovens de Santos e São Vicente também na disputa, "o que acaba deixando cada vez mais expressiva a aptidão dos jovens do litoral paulista pelo cinema". Após o encerramento da votação, estarão disponíveis, além desses quatro, mais 20 curtas-metragens, escolhidos por uma Curadoria do Projeto na plataforma GloboPlay.
O filme tenta reavivar a memória operária de inúmeros nordestinos que construíram Cubatão a partir do intenso fluxo migratório a partir dos anos de 1950. "Na Baixada Santista, quem é que não possui um parentesco nordestino?", indaga o cineasta. É nessa direção que o documentário explora a importância de personagens comuns. Chico foi um simples montador de andaime e um homem analfabeto, embora petroleiro, muito diferente da filmografia nacional sobre o período militar que focava somente no conflito político entre militantes e militares, quando a relação pode ser muito mais complexa e, muitas vezes, suspeita e controversa com pessoas comuns.
A obra é inteiramente construída com material de arquivo inédito, entre acervos da Biblioteca de Cubatão, Fundação de Arquivo e Memória de Santos, da Cinemateca Brasileira, do fundo de memória do SindiPetro-LP e acervos familiares. "A história de Chico é aquela que se repete a quase todos os operários cubatenses que aqui estiveram, moraram e trabalharam durante a ditadura militar", pondera o autor.
Resumo sobre o autor – Douglas Gadelha Sá, de 26 anos, estudou em escola pública. Deixou Cubatão em 2016 para formar-se em Filosofia na Universidade federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, e atualmente, de volta a cidade, realiza diversas pesquisas em arquivos na cidade, procurando entender a história não contada ali presente em diversas imagens e vídeos ainda pouco explorados. É professor de Filosofia na rede estadual em Praia Grande e trabalha com visualidades a partir de imagens de arquivo, fotografias e vídeos. Também escreve poesia e crônica, tendo alguns ensaios e críticas de arte já publicados. Ele prepara ainda uma exposição de fotografia sobre Cubatão. Integra, como representante do audiovisual, o Conselho Municipal de Política Cultural de Cubatão (CMPC).