Eleições em Santos: Rogério Santos tem 46,4% dos votos válidos e pode vencer no 1º turno

O que parecia improvável há cerca de um mês, pode começar a estar se desenhando faltando 20 dias para as eleições municipais. A mais recente pesquisa do Instituto Badra, divulgada nesta terça-feira, dia 17, mostra o atual prefeito, Rogério Santos (Republicanos), seis pontos à frente da segunda colocada, a deputada federal do PL, Rosana Valle. Isso já no primeiro turno.

Considerando apenas os votos válidos, Rogério tem hoje 46,4% das intenções de voto contra 40,1% de Rosana. A ex-prefeita Telma de Souza, do PT, registra 12,3% e Nando Pinheiro, do Avante, 1,2%. O cálculo dos votos válidos leva em consideração apenas as menções, pelos entrevistados, do nome de um dos quatro candidatos.

Ainda que alguns se surpreendam com a projeção, a questão técnica é que a intenção de voto em Rogério Santos está em curva ascendente, ou seja, com tendência de crescimento, enquanto a de Rosana Valle apresenta certa estabilidade. “O atual prefeito não só deu o que chamamos de “xis” em sua principal oponente, como foi abrindo diferença. A continuar nesse ritmo e com algum derretimento das outras candidaturas, Rogério Santos tem tudo para levar no primeiro turno”, destaca Maurício Juvenal, analista de dados da Badra.

A Badra, aliás, foi o único instituto que cravou, em 2020, a vitória de Rogério Santos, já no primeiro turno. Segundo o especialista, “a verdade é que hoje temos uma relação 53% (os demais candidatos somados) contra 47%. Se Rogério continuar crescendo e trouxer quatro pontos de lá – pois tira quatro e agrega quatro – vence a eleição no primeiro turno. E isso não é exercício de adivinhação, é matemática pura e simples”.

Os números da pesquisa

O levantamento da Badra ouviu 1.060 eleitores, nos dias 13 e 14 de setembro, em diferentes pontos de fluxo das três zonas eleitorais de Santos. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A amostra, representativa do universo, levou em consideração a proporcionalidade em relação a gênero, faixa etária, escolaridade e renda, além de marco geográfico, isto é, a zona eleitoral de votação. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o nº SP 04160/2024.

Rogério Santos lidera a corrida com 41,3% das intenções de voto, seguido de Rosana Valle, com 34,7%; Telma de Souza, com 10,8%; e Nando Pinheiro, com exato 1,0%. Não votariam em ninguém, brancos e nulos somam 6,4% e não souberam responder 5,7%.

Vitória também em caso de segundo turno

O bom momento da campanha de Rogério Santos à reeleição também está expresso nos números de uma possível disputa em segundo turno. A vantagem do atual chefe do Executivo, nesse caso, é de 12 pontos.

Significativos 47,7% dos eleitores entrevistados manifestaram intenção de voto em Rogério Santos, enquanto Rosana Valle foi citada por 35,7%. Nenhum, branco e nulo 9,9% e não souberam responder 6,7%.

O crescimento no segundo turno é compreensível e esperado. O resultado do cruzamento das questões envolvendo a intenção de voto no primeiro turno versus no segundo turno, mostra que 51,3% dos eleitores de Telma de Souza votariam em Rogério Santos no segundo turno. Já em Rosana, apenas 10,4%.

Paulo Alexandre desequilibra o jogo

O equilíbrio até então apresentado na intenção de voto entre Rogério Santos e Rosana Valle, diga-se de passagem exclusivamente nas pesquisas do Instituto Badra (os demais institutos sempre mostraram Rosana Valle bem à frente, principalmente o Paraná Pesquisas), deixou de existir  e tem explicação concreta.

Ao se retirar da disputa e ao mesmo tempo empenhar apoio incondicional à reeleição do atual prefeito, o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa, o PAB, como é mais conhecido, viu seu prestígio político e patrimônio eleitoral convergirem em favor de Rogério Santos. “É inegável o peso da transferência. Quando o eleitor do Paulo Alexandre percebeu que ele deixou a disputa para apoiar Rogério Santos, logo tratou de depositar suas fichas na campanha do atual prefeito”, argumenta Juvenal.

A pergunta que fica: terá todo esse prestígio a força necessária para garantir a vitória já no primeiro turno? As próximas pesquisas vão revelar.