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CULTURA

"Amazônia, terra em transe" a fotografia de Victor Moriyama como denúncia e arte engajada

De 14 de março a 20 de abril de 2025, na Pinacoteca Benedicto Calixto

Da Redação

10/03/2025 - segunda às 17h42

A Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto tem a honra de apresentar a exposição “Amazônia, terra em transe”, fotografias de Victor Moriyama, que abre a agenda expositiva Arte na Pinacoteca  3ª edição - 2025. A mostra acontece em um ano simbólico para o debate ambiental, no qual o Brasil sedia a COP 30 – Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém do Pará.

 

Com curadoria de Antonio Carlos Cavalcanti Filho e Carlos Zibel, a exposição reúne um poderoso conjunto de imagens que revelam, com profundidade e sensibilidade, a devastação da Amazônia e os impactos socioculturais dessa destruição. Mais do que um registro documental, as fotografias de Moriyama funcionam como um manifesto visual, explorando a relação entre progresso e degradação e dando visibilidade à luta das populações indígenas e ribeirinhas pela preservação de suas terras e culturas.

 

“A fotografia tem o poder de criar uma conexão emocional com o espectador. Meu objetivo é que as pessoas sintam o peso da destruição da Amazônia, mas também reconheçam a força e a resistência dos povos que vivem nela”, afirma Victor Moriyama.

 

Desde a chegada dos colonizadores, a Amazônia tem sido retratada como um paraíso de recursos inesgotáveis. A exposição desconstrói essa visão romântica da floresta, apresentando imagens que evidenciam as consequências do desmatamento, das queimadas e da exploração ilegal de terras. Moriyama denuncia não apenas a destruição ambiental, mas também os impactos sociais dessa crise, incluindo o deslocamento forçado de comunidades e a perda de modos de vida tradicionais.

 

A mostra convida o público a um olhar crítico sobre as relações de poder e os discursos históricos que sustentam a exploração da Amazônia. Inspirada no conceito de arte engajada, a exposição questiona a herança colonialista e eurocêntrica na representação da floresta e propõe um espaço de reflexão sobre a importância do protagonismo dos povos indígenas na luta pela preservação ambiental.

 

    “Não se trata apenas de registrar imagens. É sobre dar visibilidade a histórias que muitas vezes são ignoradas, sobre criar pontes entre realidades distantes e provocar mudanças”, diz Moriyama.

 

Exploração Imersiva: Os ambientes da exposição: 

 

A exposição se desdobra em uma jornada sensorial e reflexiva, conduzindo os visitantes por diferentes facetas da Amazônia – da sua riqueza natural e espiritual até os impactos da degradação ambiental. Cada sala é um convite à imersão nesse universo complexo, onde beleza e destruição coexistem. 

 

No primeiro ambiente, um mosaico vibrante dá as boas-vindas, refletindo a simultaneidade da vida na floresta. Aqui, a grandiosidade da biodiversidade se entrelaça com a espiritualidade dos povos tradicionais, enquanto camadas narrativas revelam tanto a exuberância da natureza quanto os primeiros sinais de sua fragilidade diante das ações humanas. Essa composição plural traduz a Amazônia em sua complexidade, mostrando que tudo acontece ao mesmo tempo: a preservação, a ameaça e a resistência.   

 

No segundo, aprofunda o olhar sobre a degradação ambiental. A floresta começa a perder seu equilíbrio natural, e os impactos da intervenção humana se tornam mais evidentes. O espaço convida à reflexão sobre os danos causados pela exploração desenfreada, apresentando imagens e elementos que evidenciam os desafios enfrentados pelo bioma amazônico.  

 

Já no terceiro é um tributo à natureza e aos povos tradicionais. Aqui, a experiência se transforma em uma homenagem à biodiversidade e ao sagrado da floresta tropical. O ambiente celebra a riqueza do bioma, destacando a conexão ancestral entre as comunidades indígenas e a terra, além da profundidade espiritual presente no ecossistema. É uma imersão na essência da Amazônia, onde os visitantes podem sentir sua grandiosidade e importância.  

 

Por fim, o último ambiente traz uma atmosfera mais densa e impactante. O espaço escuro e carregado de imagens dramáticas transporta o público para a realidade da devastação. Queimadas, desmatamento e destruição tomam conta da narrativa visual, acompanhadas por um vídeo que aprofunda a reflexão sobre as consequências da ação humana. Esse encerramento reforça a urgência da preservação e a necessidade de um compromisso coletivo com o futuro da floresta.  

 

Ao percorrer estes ambientes, a exposição propõe um mergulho na Amazônia em todas as suas camadas – sua exuberância, sua cultura, sua vulnerabilidade e sua luta pela sobrevivência. É uma experiência que desperta sentidos e consciência, ampliando o entendimento sobre um dos patrimônios naturais mais importantes do planeta.

 

     “O que está acontecendo na Amazônia afeta o mundo inteiro. É uma questão global, e minha missão é amplificar essas vozes e essas paisagens que estão desaparecendo diante dos nossos olhos”, destaca o fotógrafo.

 

A exposição “Amazônia, terra em transe” faz parte da 3ª edição do projeto Arte na Pinacoteca, uma realização do Ministério da Cultura, patrocinado pela Ecovias, Rumo, Instituto Rumo, Brasil Terminal Portuário (BTP), MSC, MEDLOG e G. PIEROTTI, por meio da lei de incentivo à cultura, promovido pela Fundação Benedicto Calixto, promovido pela Fundação Benedicto Calixto. A direção executiva do projeto é de Leila Gazzaneo e a produção executiva é de Fábio Luiz Salgado.

 

Sobre o artista:  

Victor Moriyama, paulistano, é formado em Comunicação Social com ênfase em Rádio e TV e iniciou sua carreira na Folha de S.Paulo. Especializou-se em fotojornalismo investigativo, documentando questões socioambientais na América Latina, especialmente na Amazônia.

 

Atualmente, trabalha regularmente para o The New York Times e colabora com veículos como National Geographic, Le Monde, Libération e El País. Em 2022, foi reconhecido com o George Polk Award e foi finalista do Prêmio Pulitzer, ambos pelo trabalho desenvolvido com a equipe do New York Times. 

 

Suas exposições internacionais incluem:  Perpignan, França (2020), Culturescapes – Solo Exhibition, Suíça (2021), Open Society Foundation, Colômbia (2022), Barcelona, Espanha (2024), entre outras.

 

Serviço:  

“Amazônia, terra em transe”
Pinacoteca Benedicto Calixto 
Avenida  Bartholomeu de Gusmão 15  - Santos - SP
Período: 14 de março a 20 de abril de 2025
Funciona de terça a domingo, das 9h às 18h com entrada gratuita.
Saiba mais:  https://pinacotecadesantos.org.br/ 

 

Acompanhe a programação no Instagram: @pinacotecabenedictocalixto

Mais informações pelo whatsApp da Pinacoteca: (13) 9 9734-6364

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