ELEIÇÕES 2024
Simulação de segundo turno aponta vantagem de 4,6% de Rogério Santos sobre Rosana Valle. Cenário é, portanto, de empate técnico
da Redação
29/08/2024 - quinta às 09h19
Que não se enganem os menos avisados: a disputa pela Prefeitura de Santos caminha a passos largos para ser definida em dois turnos, no caso entre o atual prefeito Rogério Santos (Republicanos) e a deputada federal Rosana Valle (PL).
A mais recente pesquisa Badra de intenção de voto, realizada entre os dias 23 e 26 de agosto, aponta que nesse cenário Rogério Santos seria reeleito com 38,7% dos votos, contra 34,1% de Rosana Valle. Ninguém, branco e nulo somariam 10,1%, enquanto os indecisos são 17,1%. Considerando só os votos válidos, ele fecharia o pleito com 52,5% dos votos.
A verdade é que o atual chefe do Executivo Santista é diretamente beneficiado, no segundo turno, por forte migração de votos dos eleitores da ex-prefeita e atual vereadora Telma de Souza (PT). Cerca de 35% deles direcionariam seu voto a Rogério Santos, enquanto menos de 20% optariam por Rosana Valle, numa diferença que diz muito.
O levantamento do instituto Badra ouviu 1.060 eleitores em diferentes pontos de fluxo das três zonas eleitorais da cidade (118ª, 272ª e 273ª), seguindo a proporção quantitativa em relação ao total do eleitorado. Isso vale para outras variáveis como gênero, faixa etária, escolaridade e renda. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada junto a Justiça Eleitoral, sob o número SP 03648/2024.
No primeiro turno
A transferência de votos a partir de Telma de Souza fica clara ao se analisar os números da disputa no primeiro turno. Nesse cenário, Rosana Valle tem 35,2% da preferência e Rogério Santos 32,1%. Eles aparecem tecnicamente empatados. Na terceira posição está Telma de Souza, com 11,9%. Nando Pinheiro, do Avante, alcançou 0,9% das menções. Exatos 12,6% se declaram indecisos e brancos, nulos e ninguém somam 7,2%.
A condição de empate técnico também se confirma no levantamento espontâneo, aquele em que o entrevistado responde livremente, sem nenhum tipo de estímulo, em quem votaria para prefeito se a eleição fosse hoje. A deputada federal tem 13,7% da preferência, contra 11,8% de Rogério Santos. São citados ainda Telma de Souza (3,7%), Paulo Alexandre Barbosa (0,7%), Thiago Papa (0,2%), Augusto Duarte (0,2%) e Nando Pinheiro (0,1%). Não souberam dizer, 67,8% e ninguém, branco e nulo, 1,9%.
Rejeição
Telma de Souza e Rosana Valle lideram a rejeição, ou seja, são apontadas como candidatas nas quais os eleitores não votariam de jeito nenhum, se a eleição fosse hoje, respectivamente com 32,7% e 16,5%. Na outra ponta estão Rogério Santos e Nando Pinheiro, com percentual abaixo dos dez pontos: 9,6% e 8,5%, pela ordem.
Observadores da política local consideram que a alta rejeição a Telma de Souza pode estar associada ao mau momento de avaliação do Governo Federal pelo eleitor santista, que tem reprovado sistematicamente o desempenho do Governo Lula. Já a rejeição a Rosana Valle tende a estar relacionada ao “abandono” do mandato de deputada federal, caso seja eleita prefeita. Muitos eleitores condenam políticos que se elegem para um cargo e, depois, no meio do mandato, buscam eleição para outros cargos.
Desafio Badra
Desde a última terça-feira, dia 27, o instituto Badra iniciou uma nova rodada de pesquisa em Santos, desta feita com o objeto de ouvir (amostra) 5.000 moradores-eleitores do município. O trabalho se estende até o próximo sábado, dia 31. Do ponto de vista técnico e metodológico, a tendência é que não haja grande diferença entre o resultado da pesquisa divulgada hoje e o da que será divulgada no domingo, já que o método é mesmo, apenas a amostra sendo maior.
“A Badra tem uma inquietude natural, aliás, como o eleitor padrão. A gente sabe que uma amostra com 1.000 elementos já é suficiente para representar bem a opinião do conjunto dos eleitores. Mas propusemos a nós mesmos esse desafio, já na sequência, para testar e identificar se uma amostra ampliada produz ou não resultados diferentes. Em uma eleição tão apertada como essa de Santos, com cenário de empate técnico, é até possível que haja alteração na ordem em que os candidatos aparecem, mas dificilmente fora da margem de erro. Domingo vamos saber”, explica o jornalista Maurício Juvenal, analista de dados.
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