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Novos nomes do skate elevam concorrência para Paris

As disputas para os Jogos Olímpicos prometem ser acirradas

Por Daniel E. de Castro, da Folhapress

03/01/2022 - segunda às 10h20

Rayssa Leal conquistou a medalha de prata para o Brasil no ano passado - Wander Roberto/COB

As disputas por vagas na segunda edição de Jogos Olímpicos com a presença do skate prometem ser acirradas até Paris-2024.
 
O calendário de torneios que distribuem pontos para o ranking da federação internacional (World Skate), critério para definir os participantes nas Olimpíadas, deverá ser divulgado nos próximos meses. A largada da corrida está prevista para o segundo semestre de 2022.
 
Ainda não está batido o martelo sobre o limite de vagas por nação em Paris (em Tóquio foram três de cada modalidade/gênero), nem a respeito de uma possível idade mínima para participação, o que não existiu no Japão.
 
Essas confirmações deverão ser anunciadas até fevereiro, assim como a seleção formada pela Confederação Brasileira de Skate para o próximo ano. Projeta-se que em países que preencheram todas as suas vagas na estreia olímpica, casos de Brasil, Japão e EUA, o cenário seja ainda mais concorrido para 2024.
 
Na modalidade street, na qual o Brasil foi representado por Rayssa Leal, Pâmela Rosa, Leticia Bufoni, Kelvin Hoefler, Felipe Gustavo, e Giovanni Vianna, outros nomes já apresentaram bons resultados nos últimos meses.
 
São os casos de Lucas Rabelo, vice-campeão mundial em novembro, Gabriela Mazetto, de volta às pistas após ser mãe e Virginia Fortes Águas, que optou por competir na Europa e conquistou uma sequência de torneios por lá.
 
Mas por enquanto é na modalidade park que o cenário nacional aparenta estar ainda mais competitivo. O park feminino foi a única categoria em que o Brasil não esteve no pódio no Japão. As representantes do país, Yndiara Asp, Dora Varella e Isadora Pacheco, deverão brigar novamente por um lugar, mas veem a concorrência aumentar.
 
Victoria Bassi, já fez parte da seleção adulta no último ciclo e esteve perto de uma das vagas para Tóquio, mas acabou a classificação como a quarta melhor do país. Por já ter convivido bastante com as colegas/concorrentes, sabe que não poderá bobear para estar entre as melhores. Isso não significa, porém, que a paulista de Ribeirão Pires pretenda abandonar o jeito divertido. "Sou uma pessoa muito zoeira, espontânea", ela afirmou.
 
"A galera me chama de maloqueira. No começo não gostava muito porque dá um ar de alguma coisa meio ruim, mas depois me explicaram por que e me identifico bastante. Eu sou rua, não tenho frescura, faço de tudo, brinco com todo o mundo, não desmereço ninguém e não me deixo levar por besteira", completou.
 
"Vizinha" de Bassi no ABC paulista, Raicca Ventura, de Santo André, ainda não estava muito inserida nas competições internacionais no último ciclo, mas tudo indica que agora será diferente. Integrante da seleção brasileira júnior, ela tem se destacado em eventos com a presença das principais atletas do país.
 
De família de skatistas –o pai inclusive trabalha em uma pista–, Raicca começou a andar aos 6 anos e teve, além de incentivo no esporte, acesso a bons locais de treinos. A jovem relata trabalhar duro para transformar o que considera ser um dom em bons resultados.
 
"Estou fazendo treinamento intensivo com o meu técnico, Cristiano Mateus, e a gente vem treinando muito para ir a Paris. Eu acho que tenho o dom, sem querer falar que sou a melhor, falando na humildade, mas estou andando todo o dia de skate porque quero ser a melhor skatista brasileira, estar no pódio sempre e ir para as Olimpíadas", disse, acrescentando o pedido para que o repórter não deixe de registrar a palavra humildade.
 
Também integrante da seleção júnior de park, a curitibana Maitê Demantova é a mais nova do time, como costuma ocorrer na maioria dos torneios e eventos dos quais participa. Em Florianópolis, ela roubou a cena com seu estilo –saias e óculos de armação grossa cor de rosa–, espontaneidade e talento sobre as rodinhas.
 
A trajetória no esporte começou ao lado do pai, Marcos, que nos dias sem onda em Balneário Camboriú (SC) trocava o mar pelo skate longo. Primeiro, Maitê ganhou uma versão para crianças, conhecida como "bananinha", e andava na garagem ou na orla.
 
Em 2018, ao assistir da arquibancada a um torneio em Itajaí (SC) com grandes nomes do park nacional, ela quis transformar a brincadeira em algo mais sério e pediu um skate de verdade, para andar nas pistas e fazer manobras. Começou ali uma trajetória que pouco tempo depois já a coloca ao lado dos mesmos nomes que antes via apenas como admiradora.
 
Apoiada por Marcelo Kosake, nome histórico do esporte, a garota começou a frequentar a cena do skate em Curitiba e a participar de torneios. Rapidamente criou a expectativa de realizar o sonho da participação nas Olimpíadas, e não só isso.
 
"Eu gosto muito do rolê das brasileiras, mas quero chegar no nível das japonesas e até ser melhor do que elas", afirmou com convicção, porém sem esquecer de outra face mais lúdica do esporte. "Gosto muito da hora da competição, do vamos ver, mas o skate também é muito amizade e família."
 
Cenário masculino
Entre os homens, hoje seria quase impossível apontar favoritos às vagas brasileiras em Paris. Pedro Barros, já indicou que pretende buscar o ouro após a medalha de prata em Tóquio. Luizinho Francisco e Pedro Quintas, também finalistas no Japão, ainda têm muita margem para evolução.
 
Enquanto isso, uma nova leva de competidores mostra cada vez mais força. O curitibano Gui Khury, primeiro skatista da história a acertar um giro de 1.080 graus no vertical, deve disputar uma vaga no park.
 
Outro jovem em ascensão é Kalani Konig, de Florianópolis, mais um membro da seleção júnior que em breve poderá estar na adulta, ainda com o diferencial de se dedicar tanto ao park quanto ao street.
 
No mesmo evento na capital catarinense, nomes como Augusto Akio e Luigi Cini, ambos de Curitiba, foram alguns dos que mais se destacaram em ação na pista de Pedro Barros.
 
Irmão de Luizinho, André Mariano, venceu o STU Open (principal torneio do circuito nacional) no começo de dezembro e vê como reais as chances de ir aos Jogos em família.
 
"Estar com ele até hoje, seguindo o mesmo caminho, é muito bom. Quando estava assistindo às Olimpíadas, me enxergar junto com ele ali foi a coisa que eu mais consegui fazer", disse André. Se isso acontecer em 2024, a única preocupação dos irmãos de Lorena (SP) será com as emoções da mãe, dona Bidu. "Ela vai infartar", brinca o mais novo.

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