Vamos transformar as nossas diferenças em consenso. É isso que o momento mais exige - Bruno Covas, prefeito de São Paulo

Doutor Constantino
Sempre que um ciclo se encerra, abre-se a chance de um novo começo. Esse tem sido o pensamento do ex-vereador de Santos Manoel Constantino (PSDB), que não conseguiu o nono mandato, na eleição do ano passado, e ficou com a segunda suplência do partido. Aos 80 anos, as últimas semanas do tucano têm sido dedicadas aos estudos. Formado em Direito pela Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) em 2005, o político decidiu revisar os estudos para, agora, tentar disputar o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O próximo período de inscrições é em setembro. “Muita coisa mudou desde que concluí o curso. Estou revendo os 26 livros do curso e estudando em casa”, contou o ex-parlamentar, que não descarta a chance de exercer a nova profissão caso consiga a carteirinha. “Não quero ganhar dinheiro com isso. Quero ajudar quem precisa de um advogado e não consegue pagar”. Áreas cível e trabalhista são as que mais atraem o ex-vereador e bacharel em Direito.
 
Esqueceram de mim
Constantino também não esconde o descontentamento em não ter sido contemplado com um cargo na administração municipal, após a vitória de Rogério Santos (PSDB). Presidente da Sociedade Melhoramentos do bairro Rádio Clube há quatro décadas, Constantino imaginava que conseguiria um espaço político na Zona Noroeste. “Era o que estava combinado, mas imagino que ainda não tenha dado tempo para a conversa”, disse o ex-vereador. “Mesmo assim, continuo trabalhando e contribuindo com o governo.” E à espera daquele telefonema.
 
Filho de peixe
O médico cardiologista Lucas Suman, de 32 anos, vem pensando seriamente na possibilidade de seguir os caminhos de seu pai, o prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSB), na política. Ele tem conversado com lideranças de diversos partidos na cidade, incluindo o do prefeito, para decidir qual ficha irá assinar. Sempre que procurado, não tem recusado escutar as propostas. Há quem acredite que a batida de martelo deverá ficar mais próximo do prazo limite, que é estar filiado a um partido no mínimo seis meses antes do pleito. A dúvida é se Lucas irá disputar eleição para deputado estadual ou federal. Hoje o caminho mais provável é na busca por vaga na Assembleia Legislativa. Mas o tema ainda passará pelo gabinete do chefe do Executivo e pela mesa de casa dos Suman.
 
Estranho no ninho
Ex-ministro da Saúde no governo de Dilma Rousseff (PT) e ex-secretário de Saúde de São Bernardo do Campo no mandato do petista Luiz Marinho, o médico Arthur Chioro (PT) foi nomeado pelo secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta (Progressistas), como integrante do Comitê de Ética em Pesquisa da Prefeitura. A lista com os nomes foi publicada no Diário Oficial do município. Servidor público desde 1989, Chioro enfrentou polêmica em 2014, quando foi revelado, pouco antes de assumir o ministério, de que era dono da empresa Consaúde Consultoria, Auditoria e Planejamento, que prestava serviço a diversas prefeituras, o que feria a legislação. Na ocasião, desligou-se oficialmente, mas, em 2017, voltou a ser sócio da consultoria. E segue até hoje.
 
Todos e todas
Defensor ferrenho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado estadual Tenente Coimbra (PSL) tem demonstrado, com frequência, pensamentos que vão na mesma linha do chefe do Palácio do Planalto. Um deles diz respeito à ideologia de gênero. Em postagem recente em uma rede social, o parlamentar perguntou se quem defende pronome neutro, como todes em vez de todos, deve “ser digno de riso ou pena”. Ele chegou a responder comentários com expressões como “triste de ver” e curtiu quem dizia que era algo “insano”. Deixando de lado qualquer juízo de valor, a questão que fica é se Coimbra poderá abrir mão de todes esses eleitores na disputa pela reeleição, no ano que vem.
 
Tucano raiz
A Câmara de Santos aprovou, na terça-feira (11), projeto do vereador Cacá Teixeira (PSDB) para conceder o título de cidadão emérito ao ex-deputado federal e ex-prefeito de São Vicente Koyu Iha (PSDB), hoje com 80 anos e que ganhou notoriedade ao renunciar ao comando da cidade em 1981, após decisão do governo federal de estender os mandatos municipais por mais dois anos. No discurso, Cacá reforçou que Koyu sempre fez parte do “PSDB antigo”, do qual ele também disse ser originário. A dúvida que ficou é se a fala foi uma espécie de cutucada aos apoiadores do governador João Doria (PSDB), considerado o principal expoente da nova filosofia do partido. E que já entrou em atrito diversas vezes com a velha guarda da legenda.