Fernando Paulino - Advogado
Fernando Paulino
10/01/2022 - segunda às 15h51
A polêmica do momento, no Brasil e no mundo, é a questão envolvendo a vacinação infantil contra a Covid-19.
O tema ganhou ainda mais força após a AMB, Associação Médica Brasileira, divulgar nota em defesa dos médicos que vêm sofrendo ameaças e xingamentos, por conta de terem defendido a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos, em audiência pública.
Além das hostilidades citadas, os profissionais ainda tiveram vazados seus dados pessoais, como CPF, e-mail e telefone que constavam na Declaração de Conflitos de Interesse, preenchida comumente na área médica, para eventos como este.
Ficou bem claro que a questão envolvia apenas os defensores da vacinação, já que os dados dos médicos que criticam a vacinação infantil não foram divulgados.
A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em ação conjunta com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), alinhou as recomendações para a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos.
Nas 17 recomendações estão o intervalo de 15 dias entre a aplicação da vacina e imunizantes contra outras doenças, evitar a modalidade “drive-thru”, a permanência da criança por, pelo menos, 20 minutos no local de vacinação (em observação) e que a vacinação seja iniciada apenas após o treinamento dos profissionais de saúde.
O Ministério da Saúde, por sua vez, já confirmou a encomenda e distribuição de doses produzidas pela Pfizer, especificamente para o público dessa faixa etária, com previsão de chegada ao Brasil na próxima semana e subsequente início da campanha nos municípios.
Os que são contra a vacinação afirmam que o Ministério da Saúde estaria utilizando nossas crianças como cobaias, pois, em tese, não há estudo capaz de balizar a vacinação.
Os que são favoráveis apontam que existem, sim, estudos suficientes para que seja realizada a vacinação.
Desde o início da pandemia, 300 crianças de 5 a 11 anos morreram em decorrência da Covid-19, segundo dados dos órgãos públicos.
Estes órgãos, como o Instituto Butantan, apontam ainda que as crianças correm mais riscos em relação às novas variantes da doença, como a Ômicron, pelo fato de não estarem vacinadas.
Os motivos elencados seriam: redução da transmissão da doença; prevenção de casos graves e mortes; utilização dos mesmos critérios para a vacinação de adultos; aprovação pelas principais agências reguladoras do mundo, como European Medicines Agency; o fato de que a introdução de uma vacina não depende do número de mortes; interferência na proteção indireta da população, pois aumenta a cobertura vacinal e diminui a circulação do Sars-Cov-2 e suas variantes.
Esperamos que todas as decisões sejam baseadas em estudos sérios, levando sempre em consideração, pura e simplesmente, a proteção de nossas crianças, deixando de lado interesses obscuros de politiqueiros de plantão e dos que possam vir a lucrar com tudo isso.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal BS9
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