Gustavo Klein - Apaixonado por livros, filmes, música e séries, atua há mais de 30 anos como jornalista cultural
Gustavo Klein
15/05/2022 - domingo às 00h00
Vou pedir licença aos amigos da BS9 para falar de um filme muito antigo: 'Em Algum Lugar do Passado', uma mescla de ficção científica com romance que tem fãs ardorosos, especialmente aqui no Brasil, mas não é valorizado pela indústria.
O filme, do início dos anos 1980, conta a história de um dramaturgo (Christopher Reeve) que, ao receber um relógio de uma misteriosa atriz já idosa (Jane Seymour), acaba viajando para o passado para encontrá-la. Eles acabam se apaixonando e vivendo um romance que enfrenta a oposição feroz do empresário da moça (Christopher Plummer), também é apaixonado por ela.
O filme enfrenta preconceito dos fãs de ficção científica por ser romântico e piegas e os fãs de romance o acharam complicado por causa das viagens no tempo. Talvez por isso ‘Em Algum Lugar do Passado’ não tenha feito grande sucesso na época de seu lançamento, a não ser no Brasil.
Mas sua trilha sonora vendeu como água. Além de ‘Rhapsody on a Theme of Paganini’, de Rachmaninoff, a música-tema também tocou bastante por aqui. Minha mãe adorava o filme, as músicas (chegou a escrever uma letra em cima da melodia) e o livro, que guarda algumas diferenças da versão para a telona.
Nas premiações, repetiu o insucesso das bilheterias. Foi indicado para um único Oscar (de figurino) e perdeu. Foi indicado para um único Globo de Ouro (trilha sonora) e perdeu. Mas venceu alguns prêmios conhecidos do segmento de fantasia, como o Saturn Awards de Melhor Filme de Fantasia, o de Melhor Filme no festival de Alvoriaz e, aqui no Brasil, o prêmio de filme estrangeiro no Festival de Cinema do Sesc.
É o tipo de filme que consegue estabelecer, de forma contrária a qualquer expectativa, uma conexão muito forte e emocional com o público e que merecia estar num streaming qualquer aqui do Brasil, país onde o filme fez mais sucesso, ganhando novos admiradores e encantando quem gostou do filme original, há longínquos 41 anos (pois é, já faz isso tudo!).
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