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Saúde: é preciso ficar atento à desinformação!

Ana Paula Nunes Viveiros Valeiras - Chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos

Ana Paula Viveiros Valeiras

22/09/2021 - quarta às 00h00

Em tempos de pandemia de Covid 19 e, principalmente pelo período de distanciamento social, as pessoas ficam mais expostas às redes socias, às mídias, e consequentemente as notícias se tornam mais acessíveis a população.

Atualmente, com a globalização mundial, uma notícia ganha o mundo em poucos segundos. Essa agilidade e velocidade acaba impactando na rápida disseminação de notícias.
Porém, é necessário destacar que nem sempre temos a possibilidade de verificar, na mesma velocidade da informação, a veracidade dos fatos e isso pode causar transtornos em toda a sociedade.

A quarentena tem provocado excessivo consumo de informações a partir dos meios de comunicação, assim como aumento na elaboração e disseminação de notícias falsas, diante da ociosidade de algumas pessoas no período do distanciamento social. A população ainda tem sentido dificuldades com o distanciamento social e a nova rotina com a família, amigos, trabalho. Ainda encontramos indivíduos com medo de contrair a doença, mesmo vacinado, por conta das variantes que a Covid 19 apresenta.  Essas angústias não são apenas sociais, mas também se associam às questões econômicas de toda a comunidade.

Nesse novo contexto da pandemia de Covid 19, um novo conceito foi introduzido: o fenômeno denominado “infodemia”.

Esse termo está sendo utilizado quando há um aumento na quantidade de informações sobre um determinado assunto, que se multiplicam rapidamente, como por exemplo os assuntos específicos da Covid 19.

Além da manipulação de informações com intenção duvidosa, podem surgir boatos e desinformação e com as redes sociais isso se alastra mais rapidamente. Essa quantidade imensa de informações, com entendimentos conflitantes e dúbios, dificulta encontrar as informações que são verdadeiramente úteis para orientar as pessoas, e além dificultar a tomada de decisão pelos gestores da saúde.

A divulgação de informações falsas,  com alto poder de viralização, como o fim de casos e óbitos por COVID-19, a divulgação de métodos caseiros para o tratamento do coronavírus, sem comprovação científica de eficácia, o relato de que a pandemia não existe, que é apenas uma estratégia política, informações falsas sobre as vacinas contra a Covid 19, associadas  ao questionamento da eficácia das medidas higiênicas e sanitárias são situações preocupantes, tendo em vista que grande parte da população possuem acesso a essas “fake News" e a velocidade com que essas informações se espalham podem trazer consequências desastrosas para os indivíduos e para a coletividade. Essa fragilidade acaba gerando insegurança na população, ansiedade, medo para seguirem em frente com a rotina da vida cotidiana.

Desse modo, é importante destacar a necessidade do enfrentamento da infodemia para a boa convivência em sociedade. Um grande desafio, mas que deve ser realizado com a divulgação de informações claras, baseadas em evidências, buscando estratégias de intervenções que contribuam para reduzir os impactos prejudiciais da disseminação desenfreada de informações.

Portanto, é imprescindível priorizar a qualidade e a clareza das informações com medidas simples para que a infodemia não acarrete prejuízos em nossa vida. Antes de compartilhá-las ou de as utilizarem como orientação verificar as fontes da informação, sensibilizar a população quanto ao uso das informações, desconfiar de posicionamentos radicais, observar se o conteúdo foi inserido em vários locais, checando a data de quando foi publicada e, principalmente ler além do título da matéria.

A ameaça da infodemia não pode ser maior do que todos os saberes e conhecimentos científicos.  Convido a todos a compartilhar as informações de maneira responsável e integrada com a realidade.

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