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Santos FC: ano novo, velhos problemas

Felipe Pupo - Professor de História e profissional da área da comunicação, com ênfase no trabalho voltado à Política, Esporte e Educação

Felipe Pupo

26/02/2022 - sábado às 00h00

O Santos FC ensaia a repetição do mesmo roteiro da temporada de 2021, uma das piores de toda a sua história. Com um desempenho sofrível nas primeiras rodadas do Campeonato Paulista, a diretoria do Peixe demitiu o técnico Fábio Carille e buscou uma solução rápida no futebol sul-americano, com a contratação do treinador Fabián Bustos, que comandava o Barcelona de Guayaquil (Equador).

A mudança no comando técnico não é nenhuma novidade na gestão do presidente Andres Rueda. Em pouco mais de um ano de trabalho, a diretoria já escolheu quatro treinadores: Ariel Holan, Fernando Diniz, Carille e Bustos. 

Cada comandante apresentou uma metodologia de trabalho diferente, comprometendo a evolução técnica e tática da equipe, com a sequência interminável de começos e recomeços no planejamento de futebol. 

A imprensa regional informou que o ex-treinador Carille teve uma série de divergências com o gerente de futebol Edu Dracena, motivo que teria resultado em uma crise interna e afetado a preparação da equipe para o início da temporada. 

Agora, o Santos faz uma aposta de alto risco com um técnico que tem ainda um currículo modesto para os padrões sul-americanos. Em que pese a boa campanha do Barcelona na última Taça Libertadores, eliminando o próprio Santos na primeira fase e chegando a semifinal, quando perdeu para o Flamengo, o time equatoriano teve altos e baixos no campeonato nacional. 

Por isso, o futuro do novo treinador é uma incógnita: Como será a adaptação? Será que ele conseguirá implantar o seu modelo de futebol? A torcida terá paciência nesse período de transição? São questões que merecem ser analisadas com cautela pelo QG do Alvinegro Praiano.   

Mas o problema não está apenas no banco de reservas. O Santos tem um time limitado, com jogadores promissores da base que ainda estão em fase de maturação e atletas experientes com um nível técnico muito abaixo do necessário para vestir a camisa do Peixe. 

Apesar das dificuldades financeiras, a diretoria necessita buscar reforços no mercado, com urgência, para que o Alvinegro forme um elenco minimamente competitivo e não sofra a situação desesperadora da temporada anterior, quando lutou até o fim para escapar da série B. Atualmente, o time apresenta carências em diversos setores do campo, especialmente, no meio campo e nas laterais, o que expõe a sua fragilidade em jogos contra adversários limitados do Paulistão. É um cenário preocupante e desolador. 


A diretoria, que teve reconhecidos méritos no trabalho de reconstrução financeira e administrativa do clube, tem falhado no planejamento do futebol. O Peixe não pode continuar flertando com o perigo de rebaixamento nas competições em que disputa. É hora de reagir. 

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