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O que é verdade na automação do trabalho Portuário no porto de Santos e nos Portos do Brasil?

Sandro Olímpio Kbsa - Trabalhador portuário

Sandro Kbsa

29/03/2022 - terça às 00h00

Vamos iniciar esse artigo com um trecho da Lei 12.815/2013

Art. 40. O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações, nos portos organizados, será realizado por trabalhadores portuários com vínculo empregatício por prazo indeterminado e por trabalhadores portuários avulsos.

Toda tecnologia sempre e bem vinda, não só em nossas vidas, em nosso dia a dia como principalmente na indústria, na agricultura, no trabalho etc...e nos portos não é diferente, porém o que vemos não é exatamente o que é falado na tv, rádio, redes sociais e principalmente o que é falado para deputados e senadores, que por sua vez muitos deles não sabem nem o que faz um trabalhador Portuário, quais as categorias existentes dentro do porto, o que cada uma faz e que tipo de trabalho exerce, quais as cargas manuseadas,  como são descarregadas, embarcadas, armazenadas e por aí vai e são eles que mudam a leis dese país assim como já mudaram a lei portuária por 2 oportunidades trazendo perdas e prejuízos aos trabalhadores e beneficiando os operadores. 

O que os grandes operadores passam para a sociedade em meio de comunicação de que temos Portos no Brasil totalmente Automatizados, onde a mão de obra não se faz necessário, através de vídeos editados e recordes e recordes sem citar o trabalhador e o pior a sociedade e principalmente os políticos passam a acreditar cegamente ou nem tanto sem saber, pois o que enxergamos na nossa política é uma corrupção instalada sem freios e levando os direitos trabalhistas conquistados para o lixo.

O que dizer por traz de um trabalho tão dinâmico, onde em um trabalho que eles operadores dizem não precisar do trabalhador está operando normal e em segundos ele precisa de 6 ou 8 ou 10 trabalhadores para. Passar cabos, envelopar uma carga com cabos seja ele de corda , aço ou rede, ou correntes.

O que dizer daquela operação que eles mostram em vídeos os containers saindo e entrando e dizem está fazendo o trabalho sem ninguém? Mais. Não mostram o operador na ponte, não mostram o Estivador soltando a carga, ou prendendo ela na estrutura do navio, travando e destravando o container, não mostra o trabalhador de Capatazia colocando e retirando castanhas que prendem um container no outro, aqueles que eles dizem ser castanhas inteligentes que não tem as travas quando elas emperram o trabalhador com marreta e talhadeira para poder soltar um container do outro, transitando em gaiolas na altura de um prédio de 10, 12 andares com uma vara de alumínio nas mãos para destravar os containers, faça chuva ou faça sol, ventando ou não, porque não mostram esses trabalhadores???

Fazer uma limpeza de porão, desfazer uma lingada de celulose pra sair na rede porque os arames da amarra da lingada estourou.
Rechegos de porões na pá.
Tudo na mão, no braço!

E os equipamentos de bordo guinchos ou pontes, maquinários como pá carregadeiras, tratores de esteiras, retro escavadeiras, empilhadeiras que são utilizados para por ou tirar a carga onde não tem alcance do guincho ou do guindaste, produtos que ficam no fora de boca, longe do alcance desses equipamentos fixos tá lá o trabalhador portuário avulso para operar. Peação e despeação  que ficam ou soltam as cargas das estruturas das embarcações, navios, para o início e finalização de qualquer operação, forração de poroes para estivagem de cargas, separação de cargas e tantos outros trabalhos...

O trabalhador está inserido sim em toda essa cadeia operacional nos portos.

O que tem é o operador querer inserir nós portos do Brasil uma mão de obra escrava onde eles possam ditar todas as regras, aviltando salários e retirando os direitos de um trabalho de alto risco onde se trabalha com todos os diversos tipos de cargas e mercadorias, inflamável, explosiva, corrosiva, oxidante, radioativa uma atividade  totalmente insalubre e periculósa e essa é uma conta que o (patrão)  não quer pagar.

Os trabalhadores necessitam de que tenhamos pessoas sérias levando ao conhecimento das autoridades e da sociedade a verdade sobre o trabalho Portuário e a importância desses trabalhadores para essas operações.

Temos sim equipamentos e maquinários de tecnologias avançadas que ajudaram amentar a produtividade Portuária mais não que extinguiram a mão de obra do trabalhador.

O trabalhador Portuário  é um trabalhador especializado que desenvolve diversas funções nos portos do Brasil o Estivador por exemplo em sua essência ele desenvolve a bordo dos navios desde o trabalho braçal até o operacional em qualquer equipamento que seja destinado para movimentar as cargas e mercadorias.

O trabalhador exige respeito!

E sabendo de uma nova proposta de mudança na legislação Portuária,  os trabalhadores estão atentos e não aguentam mais tantas  mentiras e perdas e estão atentos para poder lutar pelos seus direitos.

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