Ana Paula Nunes Viveiros Valeiras - Doutora em Ecologia e Saúde Ambiental, especialista em saúde pública e chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos
Ana Paula Viveiros Valeiras
22/10/2021 - sexta às 16h40
A pergunta está em todos os ambientes: Com o avanço da vacinação já é possível comemorar o fim da pandemia? Estamos a caminho dessa resposta positiva?
Estamos otimistas, porém há a necessidade de cautela em relação a esse tema, pois não é seguro afirmar que o Brasil está livre dessa doença, porém o que podemos celebrar é o número de casos em queda, assim como os números de óbitos e de internações. Nossos relatórios epidemiológicos demonstram isso, mas ainda não temos uma resposta definitiva do término da pandemia.
Vários fatores nos mostram o caminho a ser seguido. O primeiro é alcançarmos a meta da cobertura vacinal completa, com todas as doses realizadas. É real que temos um avanço na vacinação, principalmente em relação à primeira dose, mas temos de fazer busca ativa dos faltosos da segunda dose e motivar a vacinação da terceira dose que foi disponibilizada aos idosos e profissionais da saúde.
Após todos esses meses de pandemia, há uma sensação generalizada de cansaço, onde a população sente a necessidade da retomada de alguns eventos, atividades, mas o que não podemos é relaxar com as medidas preventivas. Além da vacinação, que estamos tentando atingir a cobertura vacinal, não podemos esquecer das medidas de distanciamento físico, do uso de máscaras e da higienização das mãos com frequência, pois devem ser mantidas e, principalmente, não esquecer do distanciamento social, evitando as aglomerações. É necessário, ainda, evitar espaços fechados, com pouca ventilação e também evitar muita proximidade física e por um tempo prolongado.
Em um futuro não muito distante, temos a esperança de que a pandemia será considerada como vencida e que ficará no passado. A vida deverá continuar no seu ritmo, mas a pandemia deixou claro que o descontrole de contágios em um determinado lugar coloca em risco o sucesso do controle da doença em todo o mundo.
A certeza que fica é o legado e aprendizado que estamos adquirindo ao longo de toda a pandemia. Os desafios, o enfrentamento e, principalmente a valorização da vida! É justamente nesse momento que conseguimos ter a percepção de que é preciso olhar para o próximo e não apenas olhar para nós mesmos. É ter a convicção de que o bem de um reflete para o bem de todos.
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