Ana Patrícia Arantes - Jornalista, atua com Comunicação e Sustentabilidade
Ana Patrícia Arantes
04/05/2022 - quarta às 00h00
Quando de fato políticos da região terão suas ações desligadas da falsa sustentabilidade que orienta os seus discursos?
Analisando as páginas eletrônicas das secretarias de meio ambiente da região surgem dúvidas entre o “ambiental” e o “ambientalismo”. Por que é tão difícil falar do meio ambiente na ótica dos reais impactos que as cidades e as pessoas que moram nelas estão ameaçadas ? A narrativa ambiental encontrada articula e neutraliza estes impactos. Não fala sobre alertas do ambientalismo local, que divulga informações dos diversos especialistas sobre possíveis catástrofes ambientais regionais se determinada ação governamental for realizada.
Não há destaque para documentos ambientais que devem ser dialogados, com isso não integram informações para fortalecer a participação popular nos processos decisórios.
Para exemplificar como os discursos neutralizam os verdadeiros problemas socioambientais impedindo que a pauta da verdade ambiental seja de fato encarada na cena política regional, existem afirmações nas narrativas de metas mundiais alcançadas na área de água e saneamento, por exemplo. E o que vemos no mundo real são pessoas vivendo na miséria, sem esgoto e água potável. Isto precisa ser encarado e resolvido.
No legislativo quando há seriedade na elaboração de um projeto de lei que contempla a defesa do meio ambiente equilibrado, este fica isolado e sem força decisória.
Outra análise interessante são as seções de alguns jornais, com notas sobre atuação dos políticos. Poucas são as ações na defesa do meio ambiente. Quando existe é superficial - cobrar agilidade em processos ambientais, dizendo que a região precisa de progresso e que preservar dois milhões de metros quadrados de mata atlântica, por exemplo, impede a geração de empregos.
Aliás, geração de empregos é a desculpa mais esfarrapada para aprovação de empreendimentos de alto impacto ambiental quando comparado ao número de pessoas, populações tradicionais, fauna e flora que são impactados nas regiões litorâneas, além é obvio da disponibilidade hídrica e questões climáticas.
Será que existem valores e interesses individuais no processo político? Será que falar a verdade não dá votos?
Vivemos no nosso cotidiano, aqui na baixada santista, impactos ambientais. Situações como alagamentos, falta de água, aumento do nível do mar, desastres socioambientais acontecem com mais freqüência. Mas, cada vez mais distante e com menos frequência está o envolvimento dos políticos da região na defesa das populações e do meio ambiente.
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