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Liberdade, ainda que tardia

Valter Batista - Professor de Geografia e História, especialista em Gestão Pública, Escolar, Neurociência e Psicopedagogia

Valter Batista

20/04/2022 - quarta às 00h00

A liberdade pela qual os inconfidentes mineiros lutaram estava baseada no fim de um Brasil Colônia, em que a cobrança desmedida de impostos e o pequeno retorno de seus benefícios eram marcantes. Do iluminismo saíram os conceitos que os influenciaram, de valorizar a razão, “iluminar” a mente e o futuro humano, dando ao homem conhecimento, liberdade e felicidade. Impossível a liberdade sem que as pessoas tenham a possibilidade de fazerem suas próprias escolhas, terem seus governantes mais próximos, verem seus anseios resolvidos.

No “Romanceiro da Inconfidência”, Cecília Meirelles nos explica o que é liberdade, “essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”. Por ela vale a pena lutar em qualquer circunstância, dar a vida se necessário. Não há quem tenha vivido em regime de exceção e que assim o prefira; a liberdade quando conquistada torna-se parte indivisível de uma sociedade, não se imagina viver sem ela.

Como escreveram Hannah Arendt e Jürgen Habermas, a política é parte da liberdade e tem como objetivo a garantia da vida em seu sentido mais amplo. A política é a “ética da construção social”, é o que dá sentido às relações que construímos socialmente. Política e ética estão intimamente ligadas. A primeira se baseia no plano da felicidade coletiva, é responsabilidade de toda a sociedade. A segunda está no plano da felicidade individual, visa aos meios para alcançar a felicidade de cada um. A política pode propiciar a liberdade. Por exemplo, a eleição de Tancredo Neves, pelo Colégio Eleitoral, em 1985 foi a última vez em que o povo não elegeu o Presidente do país. Começamos a ter o direito e a liberdade de tomarmos parte da política, sem restrições.

Este ano teremos a oportunidade de irmos às urnas novamente. Cada cidadão será responsável por suas escolhas, individualmente, mas o resultado deste processo é coletivo. Devemos exercer nosso direito à liberdade de escolha com parâmetros éticos, à luz de nossos valores e das virtudes dos candidatos que escolheremos, mas a política é resultante de um coletivo, chegará ao poder quem convencer a maioria.

É hora de falarmos sobre o que queremos, não de esperarmos para ouvirmos as propostas de quem quer nos convencer do que precisamos. É tempo de cobrarmos os que tiveram mandato sobre as respostas que deram aos nossos problemas e anseios. É momento de colocarmos para fora nossas angústias, não na forma de voto de protesto, mas na forma de voto de libertação, escolhendo bons políticos. Em memória de Tiradentes, vamos expurgar os políticos ruins através das urnas, pois sem votos eles não terão como voltar aos cargos que podem nos ajudar a tornar nossa sociedade mais livre e mais justa.

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