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James Bond é um homem. O que precisamos é de mais personagens fortes femininos

Gustavo Klein - Apaixonado por livros, filmes, música e séries, atua há mais de 30 anos como jornalista cultural

Gustavo Klein

15/10/2021 - sexta às 16h29

O assunto é um dos mais comentados do cinema atual: com a aposentadoria de Daniel Craig, talvez o mais marcante agente 007 da história (que os fãs de Sean Connery me perdoem, mas é), começou a temporada de especulações sobre quem viverá o personagem nos próximos filmes da franquia.
 
E, junto à especulação sobre nomes, voltou a discussão sobre uma mulher assumir o papel. Acho uma ideia viável, mas parece que os produtores da franquia não, porque tanto Barbara Broccoli quanto Michael Wilson correram para garantir que não será uma mulher o próximo 007, embora ele possa ser de qualquer cor (boa notícia).
 
Embora não concorde, entendo que não há nenhum sexismo nesta postura. O personagem foi concebido, nos livros, inclusive, com características masculinas. É possível reconstruí-lo como mulher? É e acho até que seria um exercício interessante para um filme paralelo da franquia. Mas os produtores argumentam que “há limites”.
 
Nas palavras da própria Barbara: “Bond é um homem. Ele é um personagem masculino. Ele foi escrito como um homem e acho que ele provavelmente continuará sendo um homem. E não há problema nisso. Nós não precisamos transformar todos os personagens masculinos em mulheres. Vamos apenas criar mais personagens femininas e fazer com que a história comporte mais mulheres".
 
Precisamos, sim, de personagens femininos fortes. Que não sejam James Bond, ok, mas sejam tão bons quanto. Que reflitam a força das mulheres e toda a evolução desde que os personagens foram criados, no pós-guerra. Essa deve ser a prioridade. Tanto dentro quanto fora da franquia. As bond-girls sexualizadas e descartáveis estão fora de moda, o que já vem sendo corrigido nos últimos filme. Mas será muito saudável que novas personagens sejam criadas com essa intenção. 
 
Que não seja em James Bond mas que o cinema se abra para um mundo mais moderno e diverso.  O mundo do entretenimento vem avançando e dando exemplo no que concerne ao respeito pela diversidade. Personagens trans, bissexuais, homossexuais, que mostram que há espaço, amor e acolhimento no mundo para todos. Super-heróis como o novo Superman, bissexual, que salvam vidas de gente de verdade ao se tornar exemplo e referência. Esse é um caminho sem volta e muito bem-vindo!

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