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Denilze Lourenço - Mãe da Bárbara, conselheira eleita do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Condefi) e ativista de apoio às famílias de PCDs

Denilze Lourenço

19/04/2022 - terça às 00h00

Ainda que seja uma idéia, não deixa de ser uma boa idéia. O que não dá é para ser uma utopia.
 
Existem políticas que deveriam beneficiar todos os alunos e não só parte deles. Mas não saem do papel.
 
Faltam ações, faltam programas, falta comprometimento, falta empatia. Falta engajamento.
 
Ainda que se conquiste algumas reivindicações, mesmo com o envolvimento do executivo e do legislativo, o tempo passa e você se depara com a necessidade de lutar de novo pelo que “achava” que ficou resolvido lá atrás. E aí parte para o Judiciário.
 
Autoridades que deveriam executar tendem a burlar acordos traçados. E ignorar as leis. E deixar de cumprir as responsabilidades inseridas no contexto de INCLUIR. E não se envolvem.
O aluno com deficiência intelectual ou transtornos, matriculado na escola, está incluído?
 
Com certeza não está integrado, se não estiver aprendendo.
 
Ter mediador não significa que está desenvolvendo o aprendizado, porque o que temos visto por aí, é mediadores passeando pelos pátios das escolas com seus tutelados. A desculpa de sempre é: "para ele se reorganizar sensorialmente."
 
Várias vezes, por tempo demais, todos os dias.
 
E aí, ele não aprende nada. Mas passa de ano. Para na próxima série repetir o procedimento igualzinho.

Os professores bem que tentam, mas não tem como cumprir o que lhes cabe. Pois as salas estão lotadas de alunos com necessidades individuais, E hoje em dia, talvez dois ou três com necessidades especiais de aprendizado. E se não tem a especialização, nem material adaptado, não terão as técnicas necessárias para explorar o potencial destes alunos.
 
Aqui você para e pensa:
- mas tem a sala de AEE ... Ali professora é especializada ...
- sim, meia hora, uma ou duas vezes por semana, supre as necessidades do teu filho?
- Não.
 
Ainda que se esforce muito, o professor não conseguirá incluir este aluno no aprendizado pedagógico, até tentará fazer com que seus coleguinhas tenham empatia e ajudem-no a adaptar-se. Socialmente. Mas o aprendizado necessário não acontecerá.
 
E segue a rotina. Crianças com deficiências ou transtornos que causem comprometimento no desenvolvimento cognitivo, tendem a alcançar a maturidade da infância (fase que tem condições de absorver o conteúdo pedagógico) só na pré adolescência, na sua maioria. E só a partir daí conseguem atingir um nível de consciência para aprender os saberes.
 
E seu filho, anda passeando pelo pátio da escola no período pedagógico, já parou para observar isso?

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