Carolina Brites
07/04/2025 - segunda às 12h58
O câncer de colo do útero, uma das principais causas de morte entre mulheres em todo o mundo, tem como principal agente o papilomavírus humano (HPV). Esse vírus é responsável por quase 100% dos casos da doença, que mata cerca de 300 mil mulheres todos os anos. Além disso, o HPV está associado a outros tipos de câncer, como os de ânus, vulva, vagina e garganta, bem como as verrugas genitais.
A vacinação contra o HPV tem sido apontada como uma das estratégias mais eficazes na prevenção dessas enfermidades. Disponível para homens e mulheres de 9 a 45 anos, a vacina protege contra os subtipos do vírus mais comumente ligados ao desenvolvimento de cânceres e lesões pré-cancerosas. Estudos indicam que a imunização precoce, especialmente antes da exposição ao vírus, pode reduzir significativamente a incidência de casos e salvar vidas.
Para a Dra. Carolina Brites, infectologista pediátrica, a vacinação é um divisor de águas na saúde pública. "A imunização contra o HPV representa um avanço crucial, pois previne infecções persistentes e cânceres associados ao vírus, garantindo proteção ampla e duradoura. Iniciar a vacinação aos 9 anos é essencial para minimizar riscos e impactos futuros," explica.
O esquema vacinal varia conforme a idade: adolescentes de 9 a 19 anos recebem duas doses, enquanto pessoas acima de 20 anos ou imunodeprimidas necessitam de três doses. No Brasil, a vacina está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas de 9 a 14 anos, além de outros grupos prioritários, como vítimas de violência sexual.
Muitos mitos cercam a vacinação, como a falsa ideia de que a imunização pode causar infertilidade, convulsões ou até incentivar a atividade sexual. A Dra. Brites desmente essas inverdades: "A vacina é segura, amplamente testada e não tem relação com esses problemas. É fundamental disseminar informações corretas para aumentar a confiança e a adesão da população."
Além de prevenir doenças graves, a vacina contra o HPV contribui para reduzir custos no sistema de saúde e desafogar tratamentos oncológicos, ao evitar o desenvolvimento de cânceres. "A mensagem que deve ser passada é clara: temos uma oportunidade única de prevenir um câncer altamente prevalente e perigoso, sobretudo entre as mulheres. A vacinação é um investimento direto em saúde e qualidade de vida," conclui a médica.
Com iniciativas de conscientização e ampliação da cobertura vacinal, o Brasil pode avançar no combate às doenças causadas pelo HPV, protegendo milhões de pessoas e salvando vidas.
Sobre Carolina Brites
Carolina Brites concluiu sua graduação em Medicina na Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) em 2004. Especializou-se em Pediatria pela Santa Casa de Santos entre 2005 e 2007, onde obteve o Título de Pediatria conferido pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
Posteriormente, especializou-se em Infectologia infantil pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e completou uma pós-graduação em Neonatologia pelo IBCMED em 2020. Em 2021, concluiu o mestrado em Ciências Interdisciplinares em Saúde pela UNIFESP.
Atualmente, é professora de Pediatria na UNAERP em Guarujá e na Universidade São Judas em Cubatão. Trabalha em serviço público de saúde na CCDI – SAE Santos e no Hospital Regional de Itanhaém. Além disso, mantém um consultório particular e assiste em sala de parto na Santa Casa de Misericórdia de Santos. Ministra aulas nas instituições de ensino onde é professora.
Carolina Brites CRM-SP: 115624 | RQE: 122965
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