Deraldo Silva - Coordenador da Central Única das Favelas (CUFA) na Baixada Santista
Deraldo Silva
10/12/2021 - sexta às 17h23
Na coluna passada falei que “Ele” é o cara! Mesmo não estando à frente de nenhum cargo formal na CUFA e atualmente atuar como voluntário, suas provocações e ideias resultam em ações e campanhas que mobilizam a entidade de norte a sul do país.
Nasceu na Baixada Fluminense onde morou até os 7 anos. Passou por outras três favelas, abrigos públicos, e viveu parte da adolescência na rua.
Num roteiro cruel que a vida impõe a tantos jovens pretos e pobres, talvez ele nem fosse personagem deste texto, e tivesse o destino selado-o como vítima anônima de mais uma chacina.
Mas quem disse que ele segue roteiro? Ainda mais esse, cruel, mórbido, com páginas recheadas de preconceito e violência.
Improvisou por necessidade e reescreveu sua história que conta com capítulos que o levaram a ter reconhecimento internacional. De camelô, passou a empresário, fundador da CUFA, Central Única das Favelas, escritor e já palestrou nas mais prestigiadas universidades do mundo.
Criou o Favela Holding, uma empresa focada em capacitar e gerar renda para as comunidades, com parceira de grandes marcas, como a Natura.
Recentemente foi eleito o Homem do Ano na categoria Responsabilidade Social do Men of The Year da revista GQ Brasil. Foi também o brasileiro escolhido como Empreendedor Social do Ano pela Fundação Schwab para integrar a comunidade de inovadores sociais, ligada ao Fórum Econômico Mundial.
Dialoga com jornalistas, artistas, empresários, políticos e personalidades. Importantes conexões que ampliam a visão sobre esses territórios, revelando o que muitos ainda custam a crer: FAVELA É POTÊNCIA!
“Quando criei essa frase conceito, a ideia era dizer para as empresas que elas precisam enxergar as oportunidades presentes nesses territórios”, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico.
As empresas da Baixada Santista e o poder público precisam despertar para essa realidade. Sinto que estão perdendo o bonde da história em não apostar na criatividade, resiliência e competências empreendedoras tão comuns nas favelas.
Celso Athayde é o cara porque nos mostra caminhos para a construção dessa sociedade, menos desigual e mais próspera.
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