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As mudanças climáticas e o fim da economia brasileira

Paulo Ferraz Junior - Advogado e professor universitário

Paulo Ferraz Junior

14/05/2022 - sábado às 00h00

Em sua 48ª Sessão realizada em outubro de 2021 o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) aprovou a resolução que reconhece o direito a um “ambiente seguro, limpo, saudável e sustentável como um direito humano”, adotando o Desenvolvimento Sustentável nas suas três dimensões (social, econômica e ambiental). Reconhece ainda que para a proteção do meio ambiente, incluindo os ecossistemas, é necessário a adoção do estabelecimento de padrões adequados e seguros de alimentação, moradia, água potável, saneamento e contribuintes na promoção de bem-estar humano e para alcançar o mais alto padrão de saúde física e mental para as gerações presentes e futuras.

Neste ano de 2022 o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontou que as emissões nocivas de carbono de 2010-2019 foram as mais altas na história da humanidade. As mudanças climáticas são uma realidade, possível de ser vista por todos, bastando um olhar menos complacente com as enchentes inesperadas, chuvas torrenciais, secas prolongadas, diminuição da quantidade de neve em países reconhecidamente frios e com muita neve.

O clima está mudando.

O quadro desenhado pelo IPCC é grave, e pode piorar ainda mais caso não seja revista a política econômica atual, que desconsidera a ciência, privilegiando o lucro imediato, e detrimento do direito à vida.

De outro lado as alterações climáticas que se desenham terão sérios impactos econômicos, em especial para o Brasil, país que tem no agronegócio um ponto relevante na balança comercial. Como sempre digo, um dia todos serão protetores do meio ambiente, seja por uma questão humanística, seja por uma questão capitalista, afinal não existe nenhuma atividade econômica que não explore direta, ou indiretamente recursos naturais. Se eles acabarem sua atividade econômica também acaba.

Estamos a caminho de um aquecimento global de mais do dobro do limite de 1, 5 graus célsius acordados em COP 21, em Paris. O mundo finge que nada está acontecendo, mesmo sendo alertados pelos cientistas que estamos perto do ponto de inflexão, o que levará o planeta a alterações climáticas insustentável e irreversível.

A emissão de gases de efeito estufa, segundo o IPCC ao invés de diminuir como pactuado na COP 21, está aumentando, acelerando o processo de aquecimento global. Esse comportamento demonstra que o setor empresarial mundial está agindo imprudentemente, procurando aproveitar ao máximo os últimos instantes de emissão descontrolada de gases de efeito estufa.

Essas alterações irão impactar seriamente a economia mundial, fazendo desaparecer diversas atividades econômicas importantes para o planeta.

Para o Brasil não será diferente, as mudanças climáticas colocarão em risco todo o agronegócio, alterando a temperatura, e o regime de chuvas, inviabilizando a produção da atividade agrícola em locais onde hoje a produção é farta. Isto por si só será um desastre para todos os brasileiros, em especial os empresários deste setor, justificando uma visão diferente do modelo brasileiro atual, ou seja, o modelo de derrubar arvores, acabar com a floresta, numa estratégia “kamikaze”, que a médio, e longo prazo irá destruir o próprio setor agrícola, e consequentemente a economia nacional.

Vamos torcer para que nas próximas eleições essa pauta seja seriamente discutida, e que Deus ilumine os eleitores, e suas escolhas por candidatos comprometidos com a solução deste problema.

 

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