José Virgílio Leal de Figueiredo - Presidente do Instituto Arte no Dique
José Virgílio Leal de Figueiredo
10/11/2021 - quarta às 16h40
Na quinta-feira, 4 de novembro, órgãos de imprensa publicarem diversas reportagens sobre o Dia da Favela. Tal data existe não para glorificar a pobreza, mas para servir de alerta e reflexão de que ainda vivemos em um país extremamente desigual. Com poucas pessoas detendo a maior parte da renda, enquanto uma maioria avassaladora mal sabe o dia de amanhã. Em tempos pandêmicos, então, as incertezas só aumentaram. É conseguir o almoço sem saber se haverá janta. Famílias perderam entes queridos, não somente para a covid, mas para a depressão, a falta de perspectivas, a insegurança.
O fim do Bolsa Família e a tentativa do atual governo federal de tentar criar um novo tipo de renda só serve para prejudicar ainda mais milhões e milhões de pessoas que têm passado fome, sem emprego, sem o mínimo de dignidade por parte de quem deveria cuidar de seu povo. Pode-se ou não concordar com políticas públicas como o Bolsa Família, entretanto, num país tal qual o Brasil, é sadismo interromper o projeto, numa nítida tentativa de gerar o caos, o desespero e, com o tal do novo auxílio, garantir votos na eleição de 2022. Ou seja, o povo não importa para quem está no poder. O que importa é a manutenção deste poder.
Com a chegada do novo ano, é preciso que o debate e a reflexão sejam intensificados. Que pensemos bastante e questionemos os candidatos e façamos escolhas capazes de diminuir o sofrimento da população e pensamos, também, nas futuras gerações. Qual país queremos deixar para os mais jovens? Um país de oportunidades, com um estado capaz de oferecer saúde, educação e segurança de maneira competente, que preserve e trabalhe sua cultura, ou um país que não tem memória, que aumenta as diferenças sociais e deixa seu povo à mercê do caudilho da vez e seu humor do dia?
Todas as pessoas têm direito à moradia digna, e nós do Arte no Dique, mesmo com as limitações que temos, buscamos ajudar de alguma maneira no sentido de um Brasil mais justo, de oportunidades, de cidadania, que enxergue, entenda e valorize suas diferenças culturais, regionais, maneiras de pensar.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal BS9
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