José Virgílio Leal de Figueiredo - Presidente do Instituto Arte no Dique
José Virgílio Leal de Figueiredo
10/09/2021 - sexta às 11h28
Com todas as crises que o país enfrenta, ou deveria enfrentar, e as bolas de neve que são cada uma delas, fome, falta de oportunidades, desemprego, etc, aumentam cada vez mais. O governo federal tem zero preocupação com este contexto. Em áreas vulneráveis os prejuízos em relação às necessidades básicas são muito maiores. A pandemia agravou tudo e aumentou a distância entre quem tem menos e quem tem mais. O pouco que houve de avanços em anos anteriores não apenas deixou de existir como os retrocessos ocorrem em larga escala.
Tendo em vista tal cenário, o papel das organizações sociais como agentes de fomento intelectual e profissional faz-se essencial para que tenhamos o mínimo de chance para a construção de uma sociedade de oportunidades.
Este papel pode atuar como condutor na busca por capacitação profissional. Exemplo a ser citado aconteceu no último sábado, quando 35 jovens de baixa renda tiveram sua formatura nos cursos de empreendedorismo realizados pelo Instituto Arte no Dique: tivemos turmas de Panificação, Manicure e Pedicure, e Barista. São jovens que, a partir destes cursos, podem desenvolver suas atividades profissionalmente dentro de sua comunidade ou fora dela. Mas o mais importante do que garantir lugar no mercado de trabalho, é possibilitar a inclusão, o pertencimento, a chance de aprenderem algo e terem contato com pessoas em busca de algo em comum: oportunidades.
Conseguir realizar e concluir essas primeiras turmas foi uma conquista que celebramos pois nestes dois anos, assim como tantas organizações sociais, enfrentamos muitas dificuldades. Já que, não custa lembrarmos, as áreas em situação vulnerável são sempre as últimas lembradas por políticos (a não ser em época eleitoral). Entretanto, com criatividade e força de vontade, nossa equipe fez parcerias importantes com instituições como SENAC, SEBRAE, que se sensibilizaram e, assim, ajudaram na concepção dos cursos.
ONGs por todo o país buscam sobreviver em tempos extremamente difíceis e, mesmo diante de tantos problemas, continuam sendo a alternativa para que milhões de pessoas vislumbrem uma luz no fim do túnel. As pessoas muitas vezes só esperam uma oportunidade para tentarem melhorar de vida. E é nossa função ao menos tentar possibilitar que isso aconteça.
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