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A era do filme pequeno

Gustavo Klein - Apaixonado por livros, filmes, música e séries, atua há mais de 30 anos como jornalista cultural

Gustavo Klein

15/09/2021 - quarta às 11h20

O fechamento de salas de cinema em todo o mundo, provocado pela ameaça do coronavírus, transformou o modo como se consome cinema. E me arrisco a apelar para frases feitas e dizer que a situação “acelerou mudanças que só aconteceriam nas próximas décadas” e “é o novo normal”, ou seja, veio para ficar, não vai voltar ao cenário anterior.
 
A debandada das salas de cinema já vinha acontecendo e tem diversas causas, que vão do comportamento dos usuários - quem aguenta gente falando alto no meio do filme? -, passam pelo avanço do streaming combinado com a tecnologia disponível hoje dentro de casa e tem até a mudança dos gostos do público como causa.
 
É notório que nos últimos anos muita gente deixou de assistir ao cinemão para se concentrar em séries de tevê, que ganharam status de superproduções milionárias. Exemplos recentes não faltam: Game of Thrones, The Crown, Breaking Bad, Mad Men e tantas outras.
 
É claro que o cinema também teve seus sucessos nos últimos tempos, especialmente com os filmes da saga Os Vingadores. É a típica exceção que comprova a regra: o cinema vai continuar existindo, claro, terá suas superproduções (cada vez mais adolescentes) mas, com a quantidade de salas de exibição cada vez menor, uma parte considerável das produções sairá direto no streaming.
 
E é aí que eu justifico o título que escolhi para este texto. Com a pandemia, as poucas salas que restaram serão ocupadas pelos grandes lançamentos. Os filmes de pequeno orçamento, que na maioria das vezes são até mais criativos e originais do que os arrasa-quarteirão, terão cada vez mais espaço. E, claro, o streaming democratiza esse acesso, permitindo que produções dos países mais diversos, como Turquia (quem lembra do recente ‘O Milagre da Cela 7’?), sejam conhecidas em todo o mundo.
 
Meu pai dizia que tudo na vida - menos um LP da Joana - tem um lado bom. Diante de toda essa loucura que se tornou o mundo do entretenimento, terão mais espaço as boas ideias, os filmes criativos, as boas histórias. É uma visão excessivamente otimista? Talvez. Mas creio que os tempos futuros não serão tão negativos quanto se anuncia.

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