Caio França - Deputado estadual pelo PSB
Caio França
28/03/2022 - segunda às 00h00
No último sábado, dia 26, foi comemorado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia, neste dia as pessoas são incentivadas a utilizar a cor roxa com a finalidade de promover um esforço internacional dedicado ao aumento da conscientização sobre a epilepsia.
De acordo com a biblioteca virtual do Ministério da Saúde, a epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos, de modo que durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Dessa forma, algumas pessoas podem ter sintomas evidentes de epilepsia e nem tão aparentes em outros casos, o que não significa dizer que a crise tenha sido menos importante se não for aparente.
Ao conhecer as experiências sobre os benefícios terapêuticos da cannabis medicinal em diversas patologias que atingem desde crianças a idosos, posso afirmar com toda a convicção de que a possibilidade de controle da epilepsia foi o que mais me chamou a atenção.
A propriedade medicinal da Cannabis cientificamente comprovada no combate à epilepsia foi determinante para a apresentação do meu Projeto de Lei n. 1180/19 que institui a política estadual de fornecimento gratuito de medicamentos derivados da planta Cannabis nas unidades de saúde pública estadual e privada conveniada ao Sistema Único de Saúde – SUS.
O relato especial da Neide Martins, mãe do Victor Gabriel Martins, que nos acompanha nesta trajetória desde a primeira audiência pública realizada na Alesp, é muito forte. Ela revela que o Victor foi diagnosticado com epilepsia aos 14 meses de vida. Pouco tempo depois com epilepsia refratária, e com dois anos e oito meses veio o 2º diagnóstico: Síndrome de West, uma doença rara que provoca convulsões e pode evoluir para paralisia cerebral como ocorreu com o Victor. Segundo ela, Victor fez uso de diversos remédios alopáticos sem sucesso no controle das convulsões, e com a progressão da doença recebeu o 3º diagnóstico: Síndrome de Lennox Gaustaut.
O seu filho chegou a tomar 20 comprimidos diariamente durante três anos de tratamento com remédios alopáticos, passou por especialistas e com o agravamento do quadro teve mais de 80 crises convulsivas diárias, a parte cognitiva foi afetada com prejuízo ao desenvolvimento neurológico e psicomotor, havendo necessidade de uso de capacete devido as quedas violentas e uso de cadeiras de rodas.
Depois de tanta luta e desespero, a mãe decidiu, em 2016, buscar o 6º neuropediatra que prescreveu o tratamento medicinal derivado da planta da Cannabis - o Canabidiol. Segundo Neide, foi o início de uma caminhada de esperança.
Os resultados foram aparecendo gradativamente, as crises diminuindo e tornando-se cada vez mais esporádicas. Hoje são raras e a vida da família toda se transformou: Victor voltou a falar, a interagir, a brincar e ter mais autonomia. Hoje ele adora música, gosta de dançar e surfar.
A partir dessa experiência, é possível afirmar que o Canabidiol trouxe o Victor de volta a vida. A família recebe o medicamento por via judicial pela Secretaria Estadual de Saúde, e o desejo da Neide, assim como o meu é estender essa oportunidade a todas as famílias que buscam na cannabis medicinal um atenuante para o alívio de seus sintomas e, muitas vezes, a única alternativa terapêutica. Seguimos na luta pela aprovação do PL 1.180/19!
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