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A democracia em risco

Valter Batista - Professor, especialista em gestão pública

Valter Batista

20/08/2021 - sexta às 16h01

Steven Levitsky e David Ziblatt, no best seller Como as Democracias Morrem, apresentam elementos que demonstram os sinais de autoritarismo de um governante, quando este trabalha pela ruptura democrática. Bolsonaro preenche todos. Rejeita as regras do jogo democrático, nega a legitimidade de seus oponentes políticos, encoraja a violência e tolera esta prática, ataca a imprensa e reforça o tempo todo que seus oponentes não deveriam ter as mesmas liberdades que os seus apoiadores, anunciando o tempo todo que governa para os seus, e que quem não estiver satisfeito, paciência.
 
Mais ainda, porque Bolsonaro incita ataques às Instituições, como ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional, eleitos inimigos dos interesses de seu mandato. Além disso, desdenha de regras constitucionais, ameaçando descumprir decisões judiciais com as quais não concorda, sem ruborizar. Em meio a esta disputa de narrativas acerca do caminho que seu mandato percorre, incentiva uma polarização entre os que, pretensamente, defendem tradições familiares e valores liberais na economia e os que se interpõem na defesa de direitos das minorias e de um Estado mais presente na economia. Divide o País, em vez de buscar sinergias e convergências.
 
Esses são fatos que venho registrando há tempos, e parte deste artigo foi escrita há mais de um ano, o que facilita uma retomada do tema, que torna-se, dia após dia, ainda mais atual. A agenda do tradicionalismo é uma distorção histórica e beira o anacronismo. O Talibã, partido político que retoma o poder no Afeganistão, mantém as mesmas agendas por lá, com impactos grandes e repercussão mundial em relação a questões como a igualdade de gênero, o respeito às minorias e os direitos humanos. Bolsonaro é uma farsa. Envolvido em suspeitas de crimes, como no inquérito das rachadinhas ou nos ataques sistemáticos ao sistema eleitoral e a Instituições Democráticas, tanto ele quanto seus filhos e apoiadores têm prestado um desserviço ao País, mostrando-se antipatriotas e irresponsáveis.
 
Se temos ainda o que construir, isso passa pela destruição total e imediata dessa agenda bolsonarista, apegada ao passado e enraizada no autoritarismo.

 

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