ECONOMIA
IPCA mostra que carnes têm queda de -1,60% em março, após seguidas altas. Mesmo assim, os alimentos e bebidas cresceram 1,17%
Da Redação
12/04/2025 - sábado às 17h12
Em março, a inflação no setor de alimentação fora do lar foi de 0,77%, um pouco acima do índice geral (0,56%), mas ainda inferior à alta registrada na alimentação no domicílio, que ficou em 1,31%.
Entretanto, o aumento de alimentos e bebidas, principais insumos dos bares e restaurantes, foi de 1,17%, acima da alta na alimentação fora do lar. Nem mesmo a queda no preço da carne, que registrou deflação de -1,60% e tem grande peso na composição dos cardápios, foi suficiente para aliviar os custos dos estabelecimentos. Os empreendedores continuam sem conseguir repassar para os cardápios os aumentos nos insumos, uma estratégia para não afastar os clientes, mas que ao mesmo tempo, compromete as margens de lucro.
Pesquisa de março da Abrasel indicou que 32% dos empreendedores não conseguiram reajustar o preço dos cardápios nos últimos 12 meses, enquanto 59% realizaram reajuste conforme ou abaixo da inflação.
Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, destaca que "os bares e restaurantes seguem fazendo um grande esforço para segurar os preços ao consumidor, mesmo diante da alta nos custos operacionais. Enquanto a inflação geral avança, nosso setor continua com reajustes abaixo da média, o que impacta diretamente as margens de lucro". Ele acrescenta, ainda, que "os empresários têm buscado alternativas para manter os clientes e garantir a sustentabilidade dos negócios".
Alta no faturamento ajuda a amenizar pressão nos custos
Apesar da dificuldade em repassar os aumentos de insumos aos consumidores, o crescimento de 4,9% no faturamento do setor de alimentação fora do lar nos últimos 12 meses, apontado pela Pesquisa Mensal de Serviços (IBGE), tem contribuído para manter o fôlego dos bares e restaurantes. O aumento ajuda a equilibrar as contas e evitar reajustes mais severos nos cardápios, mesmo com margens apertadas.
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