NA HISTÓRIA
Ele dedicou sua vida à mediunidade e à caridade, psicografando mais de 450 livros
Robson de Castro
02/04/2025 - quarta às 13h21
Chico Xavier, nascido em 2 de abril de 1910, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, é amplamente reconhecido como um dos maiores expoentes do espiritismo no Brasil.
O mais impressionante é que ele nunca se beneficiou financeiramente de suas obras, destinando todos os lucros para instituições de caridade.
Sua dedicação ao próximo e à espiritualidade fez dele uma figura admirada e respeitada por milhões de pessoas.
Entre os livros mais conhecidos psicografados por Chico Xavier estão "Nosso Lar", que explora a vida após a morte, "Há Dois Mil Anos", que narra uma história de reencarnação, e "Paulo e Estêvão", uma obra que aprofunda os ensinamentos cristãos.
Essas obras, entre muitas outras, não apenas popularizaram a doutrina espírita, mas também inspiraram reflexões profundas sobre a espiritualidade e a evolução moral.
Além de sua produção literária, Chico Xavier foi um exemplo vivo de altruísmo e compaixão.
Luciana do Rocio Mallon, formada em Letras pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Magistério pelo Colégio São José, especialista em Vesteterapia e autora do livro “Lendas Curitibanas” diz que Chico Xavier mostrou à população que o Espiritismo não é do mal e que Deus não aprova a intolerância religiosa
Para ela, o Espiritismo é muito mais do que uma religião. Ele é uma doutrina filosófica, religiosa e científica que acredita na evolução dos espíritos através da Reencarnação
“Antes do Chico Xavier, o preconceito contra o Espiritismo era tão grande que crianças com pais espíritas sofriam bullying nas escolas. Em cidades do interior, espíritas eram barrados em igrejas e alguns eram demitidos dos empregos quando os patrões descobriam”.
Ela relata ter conhecimento de que muitas pessoas, após conhecer as obras e história de Chico Xavier, desistiram de atentar contra a própria vida. “Além disso, o espiritismo tem cada vez mais se aproximado da ciência, visando entender as experiências espirituais”.
Um homem chamado amor
“Nesta data nasceu um homem chamado amor. Chico Xavier foi um farol e exemplo vivo de espiritualidade em sua forma mais pura“, destaca Lele Abdala, terapeuta holístico.
Segundo Abdala, a mensagem de Chico era sobre a essência divina que habita cada um de nós. “Essa essência se mostra por meio da caridade, da compaixão, da fé e da continuidade da vida”.
Ele ressalta que o impacto que Chico Xavier teve na sua trajetória no espiritismo é imensurável. “Chico tinha uma coisa incrível chamada congruência, onde apenas não falava apenas sobre a vida após a morte. Ele provava trazendo mensagens de entes queridos, que transformaram o luto em esperança. A vida de Chico sobre a minha ótica foi uma prece, uma prece em ação”.
Lele Abdala explica que Chico ensinou que somos todos irmãos e que o maior propósito da vida é aprender e amar e que a espiritualidade não é algo distante, inalcançável ou restrito a poucas pessoas.
“Pelo contrário, está no olhar de quem acolhe, na mão de quem ajuda. O espiritismo é uma ponte entre 2 mundos. Não apenas entre o físico e o espiritual, mas entre corações”, conclui.
Uma trajetória entre todas as classes sociais
Chico Xavier teve a oportunidade de conhecer diversas personalidades ao longo de sua vida, tanto no Brasil quanto no exterior.
Entre os brasileiros, destacam-se figuras como Roberto Carlos, que, apesar de ser católico, visitou Chico várias vezes, e Xuxa, que também buscou conselhos com o médium.
Outros nomes incluem a atriz Nair Bello, a cantora Wanderléa e a autora de novelas Glória Perez, que procuraram Chico em momentos de dor e busca espiritual.
No mundo artístico, a atriz Ana Rosa relatou ter tido encontros marcantes com Chico, inclusive durante a preparação para a novela "A Viagem", onde interpretava uma médium.
O ator Renato Prieto, que interpretou André Luiz no filme "Nosso Lar", também teve contato com Chico e descreveu sua presença como transformadora.
Além disso, Chico Xavier também teve interações com figuras políticas, como os ex-presidentes brasileiros Juscelino Kubitschek e Fernando Collor de Mello, que buscaram mensagens e orientações espirituais.
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