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Massacre resultou na morte de cerca de 1,5 milhão de armênios pelo Império Otomano
Robson de Castro
24/04/2025 - quinta às 20h00
O genocídio armênio foi o extermínio sistemático de cerca de 1,5 milhão de armênios pelo Império Otomano, entre 1915 e 1923. O massacre ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial, quando o governo otomano alegou que a população armênia representava uma ameaça à segurança nacional.
O evento teve início em 24 de abril de 1915, quando autoridades otomanas prenderam e executaram cerca de 250 líderes políticos, religiosos e intelectuais armênios em Constantinopla. Em seguida, o governo autorizou deportações em massa da população armênia para regiões desérticas, sem fornecer alimentos, abrigo ou qualquer assistência humanitária.
Durante as marchas forçadas, milhares de armênios morreram de fome, sede, exaustão e violência. Tropas e milícias assassinaram civis, enquanto mulheres e crianças foram vítimas de abusos físicos e sexuais. O genocídio também causou a destruição de igrejas, escolas, cemitérios e patrimônio cultural armênio.
Sobreviventes do massacre buscaram refúgio em diversos países, incluindo o Brasil. A partir da década de 1920, famílias armênias começaram a se estabelecer principalmente em São Paulo, formando uma comunidade que hoje conta com cerca de 100 mil pessoas em todo o país. Imigrantes armênios criaram instituições religiosas, culturais e sociais, como a Igreja Central Evangélica Armênia de São Paulo e a Diocese Armênia do Brasil.
Apesar das evidências históricas e do reconhecimento internacional, o governo federal do Brasil ainda não reconhece oficialmente o genocídio armênio. Em 2015, o Senado Federal aprovou uma moção de solidariedade às vítimas, mas sem efeito legal. Estados como São Paulo, Paraná e Ceará, no entanto, já instituíram leis reconhecendo o genocídio e estabelecendo o dia 24 de abril como data oficial de memória.
A comunidade armênia no Brasil continua a promover eventos, homenagens e manifestações para manter viva a memória do genocídio e reforçar a importância de seu reconhecimento como um passo essencial para a justiça histórica e a prevenção de novas atrocidades.
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